“A paróquia de Boqueirão está órfã”

Luto

“A paróquia de Boqueirão está órfã”

Morte do padre Paulo Mayer comove comunidade. Em entrevista, integrante do Conselho Administrativo da Paróquia de Boqueirão do Leão, Osmar Ghisleni, lamentou perda e falou a “pessoa trabalhadora pelo reino de Deus” que era o pároco

“A paróquia de Boqueirão está órfã”
Foto: Divulgação
Vale do Taquari

A morte do padre Paulo Mayer, em Boqueirão do Leão, no domingo, 14, comoveu a comunidade. Na manhã desta segunda-feira, 15, em entrevista ao programa Redação nas Ruas, da Rádio A Hora 102.9, o integrante do Conselho Administrativo da paróquia, Osmar Ghisleni, falou sobre o baque sofrido pela comunidade. “A comunidade sente muito e ainda vai sentir.”

Mayer chegou a comunidade em fevereiro de 2009. “Sempre achávamos que ele não ficaria. Muitos não gostavam de trabalhar aqui por causa da estrada de chão, mas ele ficou e sempre foi uma pessoa trabalhadora pela causa do reino de Deus”, conta.

Sempre integrada com a comunidade, Mayer era uma pessoa dedicada ao trabalho com uma atenção aos mais carentes, assim como com os jovens. “Não deixava de jogar seu futsal uma vez na semana”, lembra.

“Todos sempre diziam que era fácil trabalhar com ele”, enfatiza. Além disso, Ghisleni salienta a relevância que padre Paulo fazia a sua equipe de trabalho. “Um homem bem quisto por todas as pessoas da nossa paróquia.”

Segundo o integrante da diretoria, ele não demonstrou nenhuma mudança de comportamento. “Ontem [no domingo] era o dia que eu organizava a missa, chegamos às 7h e começamos a arrumar as coisas. As pessoas foram chegando e o padre não estava. Fomos ver na casa paroquial e o carro não estava, mas ele não avisou ninguém de que não viria e isso não era costume dele. Fizemos uma breve celebração e depois fomos até a casa, não havia nenhum sinal de arrombamento na porta, foi quando encontramos o bilhete”, relata.

No sábado, 13, à tarde, o padre ainda participou de uma assembleia com representantes das 19 comunidades pertencentes a paróquia. “Isso terminou por volta das 16h30min e ele ainda ajudou a varrer a igreja para a missa do domingo”, diz.

“Sofrimento próprio dele”

Mesmo sem demonstrar sinais, Ghisleni acredita que a pandemia e a época difícil em que se vive tenham contribuído para o ocorrido. “Essa época da pandemia nós separou, separou no sentido de cada um estar se cuidando em casa, não tem mais movimentações, terminaram os encontros, as festas.”

Conforme ele, o pároco sempre foi muito alegre e brincalhão. “Foi um baque, ainda não caiu a ficha que isso possa ter acontecido, pessoal está consternado.”

Acompanhe
nossas
redes sociais