Sem desfiles, foliões se reinventam para manter tradição

CARNAVAL 2021

Sem desfiles, foliões se reinventam para manter tradição

Escolas de samba buscam alternativas para não deixar a data passar em branco

Sem desfiles, foliões se reinventam para manter tradição
Sem poder desfilar, escola de samba Inhandava organiza exposição em vitrines da cidade
Vale do Taquari

Versos de história e melodia de Carnaval. Assim é criado o samba enredo da escola de samba Inhandava, em Bom Retiro do Sul. Este ano, sem desfiles nas ruas, grupo buscou outra forma de levar a alegria e tradição do município à comunidade em forma de exposição.
O projeto “Comércio amigo do Carnaval” conta a história do samba da Inhandava que é protagonista da data faz pelo menos 38 anos no Vale e por muito tempo foi o cartão postal do município.
Fantasias, fotos, instrumentos musicais e troféus estão espalhados pela cidade em vitrines de estabelecimentos comerciais até terça-feira (16). Na última semana, a exposição também esteve no saguão da prefeitura. “Nosso objetivo é essa valorização da cultura carnavalesca. Não pensamos só no evento aqui, mas na tradição do Carnaval para o Vale, que está se perdendo”, conta Lene.
No dia 8 de março a escola apresenta o samba enredo deste ano em uma live. O tema busca resgatar a história do município, mas a letra ainda é um segredo. No ano passado foi uma homenagem aos 70 anos do hospital.
“Tentamos abordar alguma coisa da cidade. Essa é uma forma de aproximar o samba e o povo”, explica Rafael Schuh, um dos criadores da letra do samba enredo deste ano e também professor de história. A melodia ficou a cargo do presidente da escola, Bruno Petry, e do integrante Juliano Beppler.

Samba na ponta da língua
Blocos de Carnaval também não sairão em alegorias em Estrela, mas a tradição sobrevive. A escola Renascer do Samba fará uma live neste sábado das 17h30 às 18h30, quando apresenta o seu samba enredo.
A escola foi criada faz cerca de um ano e meio, mas faz pelo menos dez que o grupo sai às ruas em bloco. Com a pandemia, os ensaios não ocorreram. O último desfile foi em março do ano passado.
O grupo é composto por 250 carnavalescos, mas para este evento, cerca de 15 participam. O encontro será na Escadaria de Estrela. “Ficamos tristes por não ter desfile na rua. O Carnaval é tudo pra nós. Mas temos que fazer o certo, manter o distanciamento. Se Deus quiser vamos conseguir no ano que vem, estamos bem ansiosos”.

Sem Cascata em 2021
Os instrumentos hoje estão guardados em um depósito, ao lado do estandarte onde se lê o nome da escola de samba “Cascata”. Por conta da pandemia, os carnavalescos não realizarão o tradicional evento “Enterro dos Ossos” este ano e já sentem falta de sambar e cantar ao Carnaval.

Presidente do Cascata lamenta não poder botar o bloco na rua

“Ficamos tristes por não termos a festa. A gente vive o Carnaval há tanto tempo, pra mim começou com o meu pai, virou uma tradição bonita na cidade”, conta o presidente da escola, Pedro Henrique Bald.
O grupo que completou 45 anos na última semana embala seu samba com o enredo dos últimos desfiles na rua. “Eles ainda sabem as letras e esse é o nosso samba enredo. Assim que pudermos vamos voltar com força”, acredita.

 

Pelo Vale do Taquari
Conhecidos pela tradição da festa do samba, municípios do Vale cancelaram programações para este ano. Em Taquari, as principais escolas como Batutas da Orgia e Irmãos da Opa estão com as atividades suspensas.
Encantado, Fazenda Vilanova e Lajeado, que também costumavam movimentar os foliões, não terão programação oficial este ano. Mas para não perder a magia, haverá comemorações singelas, como em pubs e restaurantes, onde músicas carnavalescas e decorações marcarão a data. O funcionamento dos estabelecimentos deve seguir as regras sanitárias vigentes.

Primeira vez na história?
O Carnaval é festejado no Brasil desde o século XVI (16). De lá para cá, duas situações impediram que a data fosse celebrada em alguns locais do país. Uma delas foi durante a Segunda Guerra Mundial. A outra foi durante a gripe espanhola de 1919.
Esta, no entanto, é a primeira vez que o país inteiro cancela os desfiles e as festas dos foliões, como conta o professor Rafael Schuh.

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