“Não vale a pena manter as crianças em isolamento”

Emocional

“Não vale a pena manter as crianças em isolamento”

Pediatra João Paulo Weiand lembra que crianças são baixos transmissores de covid-19. No entanto, isolamento gerado em função da doença pode trazer consequências para o emocional

“Não vale a pena manter as crianças em isolamento”
(Foto: Ana Carolina Becker)
Vale do Taquari

“O impacto emocional foi muito grande”. A afirmação é do médico pediatra João Paulo Weiand com relação aos efeitos que serão deixados pela pandemia e o isolamento nas crianças. Ele participou ontem do programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9.

Para o profissional, as sequelas serão vistas a longo prazo. “Sequelas principalmente no campo emocional, no aumento de casos de ansiedade, depressão e obesidade”, observa. Ele conta que durante as consultas têm questionado as crianças sobre o desejo de voltar à escola e todas confirmam essa vontade. “Estamos preocupados com a disseminação do vírus entre as crianças e estamos pagando um preço caro com relação a saúde emocional.”

É preciso, segundo ele, ficar atento a sinais para evitar que doenças ligadas ao emocional sejam desencadeadas ou, se desenvolvidas, possam ser tratadas. “Aquela criança que começa a se isolar, manifesta isso. Se alguma coisa não estiver bem com ela, vai mostrar de alguma maneira ou com aumento de ansiedade e agitação. Algumas acabam se isolando mais ”, fala sobre os sinais.

Retomada

O médico pediatra avalia de forma positiva o movimento que é feito pelo governo de Lajeado para a retomada das aulas 100% presenciais na rede municipal e privada.

Weiand acredita que a educação com relação a doenças respiratórias tenha que vir de casa. “A recomendação principal é que se a criança tenha febre, tosse ou sintoma respiratório ela fique pelo menos três dias em casa para a definição do quadro.”

Doenças respiratórias

No ano passado o número de crianças com doenças respiratórias diminuiu, assim como as internações hospitalares. “O grande impacto na pediatria não foi coronavírus. Na pediatria, a covid-19 não tem impacto em termos de gravidade, mas sim temos preocupações com outros vírus e até agentes bacterianos.”

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