“O impacto emocional foi muito grande”. A afirmação é do médico pediatra João Paulo Weiand com relação aos efeitos que serão deixados pela pandemia e o isolamento nas crianças. Ele participou ontem do programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9.
Para o profissional, as sequelas serão vistas a longo prazo. “Sequelas principalmente no campo emocional, no aumento de casos de ansiedade, depressão e obesidade”, observa. Ele conta que durante as consultas têm questionado as crianças sobre o desejo de voltar à escola e todas confirmam essa vontade. “Estamos preocupados com a disseminação do vírus entre as crianças e estamos pagando um preço caro com relação a saúde emocional.”
É preciso, segundo ele, ficar atento a sinais para evitar que doenças ligadas ao emocional sejam desencadeadas ou, se desenvolvidas, possam ser tratadas. “Aquela criança que começa a se isolar, manifesta isso. Se alguma coisa não estiver bem com ela, vai mostrar de alguma maneira ou com aumento de ansiedade e agitação. Algumas acabam se isolando mais ”, fala sobre os sinais.
Retomada
O médico pediatra avalia de forma positiva o movimento que é feito pelo governo de Lajeado para a retomada das aulas 100% presenciais na rede municipal e privada.
Weiand acredita que a educação com relação a doenças respiratórias tenha que vir de casa. “A recomendação principal é que se a criança tenha febre, tosse ou sintoma respiratório ela fique pelo menos três dias em casa para a definição do quadro.”
Doenças respiratórias
No ano passado o número de crianças com doenças respiratórias diminuiu, assim como as internações hospitalares. “O grande impacto na pediatria não foi coronavírus. Na pediatria, a covid-19 não tem impacto em termos de gravidade, mas sim temos preocupações com outros vírus e até agentes bacterianos.”