Irregularidades em contrato provocam fechamento de abrigo

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Irregularidades em contrato provocam fechamento de abrigo

Casa de acolhimento teve de encerrar as atividades em 28 de janeiro. Consisa deve publicar novo edital para licitação nos próximos dias

Irregularidades em contrato provocam fechamento de abrigo
Empresas interessadas em assumir abrigo podem vistoriar local no fim do mês (Foto: Ramiro Brites)
Teutônia

Crianças retiradas de seus lares por correrem risco junto aos familiares teriam um abrigo em Teutônia. A casa de acolhimento, na Vila Popular, iniciou as atividades em 15 de dezembro, menos de 20 dias antes do fim da gestão de Jonatan Brönstrup (PSDB).

A atual administração identificou irregularidades no contrato com a empresa responsável pela contratação dos profissionais e gestão da casa de acolhimento. Após inspetoria, da juíza da 2ª vara criminal de Teutônia, Patrícia Stelmar Netto, e do promotor Jair João Franz, a prefeitura decretou, em 28 de janeiro, o fechamento da instituição.

A vice-prefeita e secretária de Assistência Social, Aline Röhrig Kohl (Cidadania), explica que os trâmites que permitiram o começo do serviço iniciaram em novembro. Ao assumir o Executivo, a atual gestão não tinha conhecimento das cláusulas. “O ideal seria acontecer a visita técnica antes de começar os serviços da casa. Mas, na verdade, o que ocorreu foi uma contratação de forma emergencial. Nesse meio tempo nós tivemos conhecimento de como foi feito esse contrato”, revela.

A empresa contratada já prestava serviços ao município com a contratação de técnicos e enfermeiros. O documento que garantia o funcionamento da casa de acolhimento é um anexo ao contrato vigente.

O texto tinha validade de 30 dias, com renovação por um mês e uma nova possibilidade de alongar o serviço por mais 150 dias. A prorrogação díspare ao período de contrato não teria respaldo legal.

“Quando apresentamos isso ao promotor e a juíza, ela deixou claro que não tiraria as crianças de um lugar onde elas estão seguras em outros abrigos antes de ter segurança no contrato”.

Verificada a invalidade do contrato em vigor, a administração procurou o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Taquari (Consisa-VRT) a fim de garantir a legalidade jurídica e auxílio na licitação.

Imbróglio com Consisa

O processo de licitação para o funcionamento do abrigo havia sido feito por meio do Consórcio. Quando o governo de Teutônia decidiu, em 2020, realizar a contratação emergencial não comunicou o Consisa.

Para a atual gestão, a entidade afirmou que estava esperando uma resposta do município para iniciar o processo licitatório. A empresa contratada pelo município estava entre as companhias concorrentes no pregão do Consisa, que nunca ocorreu. A terceirizada chegou a contratar 12 profissionais para realizar o serviço. Eles tiveram o contrato rescindido.

“A gente procurou a forma mais legal e segura de fazer o processo, que foi pelo Consisa. O contrato é muito claro, o Consisa vai fazer a contratação e em nenhum momento o município pode fazer a indicação de quem será contratado. Quem vai fazer a contratação vai ser a empresa que ganhar a licitação. Todos esses profissionais vão poder se inscrever e fazer parte desse processo de escolha”.

Decretado o fim das atividades do abrigo, um novo certame ocorrerá até o fim de fevereiro. As empresas interessadas em concorrer podem fazer uma visita técnica nos próximos dias 22 e 23.

Estrutura do abrigo

Demanda antiga da promotoria, a casa deve abrigar menores que corriam risco em suas famílias nos municípios da comarca: Poço das Antas, Westfália, Imigrante, Teutônia e Paverama.

“Os municípios que fazem parte da Comarca vão pagar a parte deles diretamente para o Consisa e Teutônia vai pagar a parte devida de Teutônia”, afirma a vice-prefeita.

Há quatro crianças de Teutônia e mais uma de Paverama sob cuidados do Judiciário. Dois menores estão em Encantado e outros três, em Arroio do Meio.

O local onde eles serão abrigados é de posse do município. A casa contém quatro banheiros, cinco quartos. Há ainda três salas para serviços de psicologia e assistência social. Cozinha, refeitório e um pátio externo que ainda contará com horta e brinquedos para as pessoas institucionalizadas. O lar ainda não recebeu nenhuma criança.

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