A cultura da soja é uma das mais importantes para o Vale do Taquari. Muitos produtores seguem apostando no grão como principal fonte de renda na família. E, para manter uma boa produtividade nas lavouras, contam com um importante suporte da Emater/RS-Ascar no trabalho de assistência técnica e extensão rural.
Uma das maiores preocupações dos produtores, afora as condições climáticas, são com as pragas nas lavouras. Para conter os danos, a nova aposta é no controle biológico das lagartas, técnica que já vem sendo adotada em propriedades de municípios como Estrela, e tende a ganhar mais adesões pela região.
Segundo o extensionista rural da Emater de Estrela, Álvaro Trierweiller, o controle biológico consiste em soltar inimigos naturais das pragas nas lavouras. “São microvespas, que controlam os ovos das borboletas. Ao invés de nascer lagartas, nascem novas microvespas. Elas dão um ótimo resultado e não causam impactos negativos”, salienta.
Em uma das propriedades, a aplicação começou em 2019, com a colocação de microvespas parasióides em 13 hectares de soja, adquiridas comercialmente. “O uso das microvespas se mostrou promissor no controle das lagartas”, avalia Trierweiller. Isso fez, segundo ele, com que nascessem microvespas ao invés de traças, parasitando ovos de mariposas e impedindo a infestação.
Trierweiller lembra que é importante, a cada dez dias, fazer o monitoramento das lavouras, mesmo as que não sejam de soja. “É importante monitorar e ver como está a população de pragas. As vezes é necessário utilizar o defensivo agrícola”, pondera.
Métodos práticos
Antes do controle biológico, outro método, mais simples, foi bastante propagado nas propriedades: a utilização do pano de batida. “É um pano de um metro e meio, que faz com que os insetos caiam nele, para que sejam visualizados. Só que também caem inimigos naturais, que são os aracnídeos e outros insetos que controlam as pragas”, lembra.
Neste monitoramento específico, não houve ataque significativo de percevejos nas lavouras, mas quanto às lagartas, as amostragens mostraram a necessidade de aplicação de inimigos naturais e uso de inseticidas.
Os inseticidas ainda são muito utilizados em lavouras de soja. Mas nem sempre ele é garantia de eficácia no combate às pragas. Além disso, o uso contínuo e incorreto pode acarretar em prejuízos futuros para a produção.
Segundo Álvaro Trierweiller, além de matar a praga, o inseticida também liquida o inimigo natural, causando um desequilíbrio no sistema. “Eles sempre serão ferramentas de trabalho. Mas tem que ser utilizado na hora certa. O produtor tem que monitorar, conhecer o problema e, a partir daí, buscar a alternativa melhor de controle”.