Prevista para iniciar ainda este mês, a duplicação da BR-386 é uma das obras mais aguardadas na região nos últimos anos. Contudo, há situações dentro do projeto elaborado pela CCR ViaSul que causam insatisfação, sobretudo no município de Marques de Souza, por onde os trabalhos iniciam.
Autoridades e lideranças do município estão se mobilizando em busca de soluções para o projeto que contemplem os anseios da população. A comissão se reuniu recentemente com o promotor de Justiça, Carlos Augusto Fiorioli, e podem até mesmo entrar com uma ação judicial contra a concessionária.
Fiorioli esteve hoje pela manhã na Rádio A Hora, onde concedeu entrevista ao programa Frente e Verso. Ele entende a preocupação de moradores com o projeto, mas acredita que a judicialização, neste momento, não é o melhor caminho para o grupo.
“É justo na perspectiva deles, pois reclamam que não foram ouvidas na época. Se o projeto não atenta, não compreende e isola toda a rede escolar de creches e de fluxo para as escolas, temos um problema. E o que pode acontecer é a judicialização. Não vejo como uma boa estratégia. Creio que a aproximação e a comunicação entre as partes é a melhor saída”, afirma.
Obra de impacto regional
As autoridades de Marques de Souza alegam que não houve diálogo da CCR com o município na época da elaboração do projeto. Por isso, Fiorioli considera que ocorreu uma falha grave de comunicação, sobretudo por se tratar de uma obra de grande impacto não apenas para Marques de Souza, mas também para outros municípios.
“É uma situação muito importante, pois trata de mobilidade urbana para vários municípios. São vários quilômetros e existe uma população enorme, que vive no entorno e necessita de mobilidade. É uma obra que se projeta para os próximos 20, 30, 50 anos. O sentido das reuniões é possibilitar algo melhor. Que quando começar, comece bem. E que projete um futuro melhor quando nossos filhos e netos estiverem usando”, salienta.
Ouça a entrevista com Carlos Augusto Fiorioli na íntegra: