Localizado junto a Praça da Matriz, na rua Marechal Deodoro, a antiga sede dos Correios, é um dos onze imóveis da estatal em leilão no RS dentro do feirão de imóveis promovido pela empresa. O leilão de 27 de janeiro não teve nenhuma oferta. Com isso, um novo evento foi marcado para 8 de março.
O prédio de Lajeado foi avaliado, pelos Correios, a um preço médio de R$ 1,5 milhões. O título de adiantamento prevê custo mínimo de R$ 88 mil reais ao vencedor do certame. O valor pago por quem adquirir o imóvel será descontado da primeira parcela.
A área do terreno possui 577,50m² (frente e fundos 17,50m x laterais 33,00m). A edificação tem 317,56m².
Em 1951, o terreno foi cedido pelo prefeito Hugo Oscar Spohr. Uma parte ao governo do Estado para construção de um Fórum e outra parte ao governo federal para a instalação dos Correios.
Para o historiador Wolfgang Collischorn, o edifício deve ser mantido por representar um período histórico.“É um prédio tipico do Estado Novo, tempo do Getúlio Vargas. Bem construído, é lamentável que está num estado de mau cuidado. É um prédio que deve ser mantido porque ele é o símbolo de um período da nossa história”.
Collischorn defende, porém, que seja pensada a forma de revitalização e pondera que devem haver recursos disponíveis para obras.
Sede da Câmara
O vereador Deolí Gräff (PP) advoga pela municipalização do prédio. A manifestação já foi feita em plenário e um projeto é elaborado a ser protocolado.
O parlamentar propõe duas alternativas para o uso do imóvel. Para ele, o Museu Municipal, com o acervo alocado em uma sala da Casa de Cultura, merece um local privilegiado e a antiga sede dos Correios seria uma solução.
A outra possibilidade, que Gräff defende com mais afinco, é o uso do local para sede do Legislativo. No momento, as salas junto a Genes Shopping são alugadas. “É um prédio modesto, histórico, no centro antigo de Lajeado. Uma alternativa para sair do aluguel e para ter uma sede própria”.
Conforme o vereador, dois caminhos são possíveis para concretização do projeto: a participação do Poder Público no certame, ou a desapropriação do imóvel.
Caso seja escolhida a segunda via, Deolí acredita que o edifício deve ser avaliado pela Comissão de Avaliação de Imóveis do município. Ele defende ainda uma criação de um comitê paralelo na câmara.
Biblioteca Municipal
O empresário da construção civil, Léo Katz, reclama do descaso da empresa estatal e da inoperância do prédio. “Ponham esse prédio para trabalhar, para produzir. Um prédio cedido pelo município, a empresa vai embora e deixa nessas condições”.
O empreendedor sugere que a biblioteca João Frederico Schaan seja transferida para o edifício. “Tragam a biblioteca pública para cá. E a biblioteca, que é ao lado da prefeitura, anexem novos rumos para aquele prédio. Aqui, seguramente, a biblioteca seria bonita e rica”.
Impasse na visitação
O site dos Correios informa a possibilidade de visitação do imóvel antes da data do certame. As visitações devem ser agendadas junto a sede local da empresa.
Na prática, porém, a vistoria só pode ser realizada no lado de fora do prédio. As duas portas de madeira foram concretadas após serem depredadas por vândalos. E a porta de metal foi soldada para evitar o consumo de drogas e abrigo de moradores de rua no edifício.