Foco de tuberculose bovina em Sério põe região em alerta

Doença

Foco de tuberculose bovina em Sério põe região em alerta

No interior de Sério, 13 vacas leiteiras são marcadas para abate sanitário

Foco de tuberculose bovina em Sério põe região em alerta
Animal infectado por tuberculose é marcado com “P” no lado direito da face e sacrificado em 30 dias (Foto: Divulgação)
Vale do Taquari

Contagiosa e sem tratamento, a tuberculose bovina preocupa autoridades e coloca a região em alerta. Foco da doença compromete rebanho e produção leiteira em propriedade no interior de Sério. O produtor se vê obrigado a encaminhar o plantel de 13 vacas para o abate sanitário.

Além da perda dos bovinos, o pecuarista ficará sem a renda mensal da produção de leite. Os animais marcados serão sacrificados em frigorífico com serviço de inspeção oficial. Fiscais farão a avaliação das lesões na carcaça do animal para dar andamento no processo de indenização ao produtor.

Conforme a médica veterinária Marcia Nonnemacker, para identificar os casos no rebanho, somente com teste. “Para prevenção da doença é preciso testar e evitar a entrada de animais contaminados na propriedade”, alerta.

Quando infectado, o bovino transmite a bactéria por meio da saliva, gotículas e até fezes. “A tuberculose bovina é uma zoonose, ou seja, transmitida também para humanos. “O perigo está no consumo do leite cru e, derivados que não passam pelo processo de pasteurização”, explica Nonnemacker.

“No caso em Araguari, o produtor somente soube da contaminação do gado após encaminhar animal para abate. No frigorífico, foram constatadas lesões por tuberculose e o pecuarista acionou o serviço municipal para realizar os testes no restante do gado”, comenta a médica veterinária.

Receio em testar para tuberculose

Marcia atua em Sério desde 2014 e reconhece a dificuldade em conscientizar os produtores para regularidade nos testes. “Ao fazer a venda de animais entre produtores, sem os trâmites oficiais, como no caso solicitar a GTA, o risco de contaminar o rebanho é alto”, atenta.

“Todo ano temos casos isolados em propriedades. Por ser uma doença crônica, quanto maior o período sem fazer o teste, maior o risco de comprometer todo o plantel”, acrescenta Nonnemacker.

A maioria dos laticínios solicita testes anuais do rebanho em lactação. “Os produtores recebem inclusive uma bonificação pela sanidade dos animais. Mas por outro lado, há o receio na confirmação da doença e no comprometimento da renda familiar”, comenta o secretário de Agricultura, Carlos Brandt.

Em termos de legislação para compra e venda de animais, o teste tem validade de 60 dias. “Teve produtor abandonando a produção leiteira após perder boa parte do gado para a tuberculose, já em outras situações, foi feito o vazio sanitário, que é a desinfestação da propriedade para retomada da produção”, complementa.

“A tuberculose é uma doença de notificação obrigatória. Qualquer suspeita de que um animal esteja com esta enfermidade deve ser relatada à defesa agropecuária local”, conclui Brandt.

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