Como veio para o Rio Grande do Sul?
Entrei de juvenista em São Paulo, depois fui para Santos e retornei para São Paulo. Quando saí de lá, vim para o Colégio Mãe de Deus, no bairro Tristeza, em Porto Alegre, onde permanecei por 25 anos.
Como entrou na vida religiosa?
O envolvimento com a vida religiosa começou após conhecer a prima da minha mãe que era dessa congregação. Ela me convidou para ser irmã e aceitei. Na hora que ela me convidou, fui para o colégio em São Paulo, depois fui para Santos e fui vendo que era essa a minha vocação. Com 19 anos fiz os primeiros votos religiosos na congregação.
Como é o processo de formação de uma irmã?
A gente entra como aspirante para ir estudando e vendo sobre a congregação afiliada ao Madre Bárbara. Depois temos a parte do postulado, durante seis meses, para conhecer mais sobre a vida religiosa. O nubiciado, com duração de dois anos, vem logo em seguida. Ele trata-se da preparação para a vida religiosa. Nesse
momento, vamos conhecendo a congregação, as normas, objetivos da vida religiosa e entendendo se realmente queremos seguir neste caminho.
Como resume a vida e a ligação com o Madre Bárbara?
Para mim é uma alegria trabalhar aqui na escola de modo especial com os professores, alunos e pais. Me sinto realizada, gosto demais do povo daqui. A minha família, inclusive, sempre me chama de gaúcha porque estou há 60 anos no Rio Grande do Sul.
Como foi viver o ano de 2020 distante dos alunos? Imaginava passar por isso?
Nunca imaginei passar por isso, mas, ao mesmo tempo, nunca fiquei distante dos alunos completamente porque vinha todos os dias na escola rapidamente, mas nunca me distanciei.
Diferença de gerações que já passaram por aqui? Como é a relação professor e aluno?
Acho que é tudo normal conforme a época. Os professores são muito capacitados e competentes, eles vão se adaptando a realidade de cada dia, eles são muito criativos. Sentimos que eles têm muito amor à escola. Temos muitos ex-alunos que são professores aqui hoje. Inclusive, a nossa diretora é uma delas.
Fale sobre os momentos marcantes.
Tantos acontecimentos marcantes. Os pais em festa de Natal, missa das mães, missa para os pais, festa de São João, feiras de profissão, formatura. Completei 80 anos, em um sábado chuvoso de julho com pandemia e enchente. Naquele dia, a diretora veio até a minha casa, cantando pelo meu aniversário. Ela me enrolou enquanto a coordenadora pedagógica e demais professores estavam no ginásio da escola. A coordenadora ligou na minha casa pedindo que eu fosse olhar que o ginásio estava com muita goteira em função da chuva. Na hora até que acreditei, mas quando atravessei a rua, vi que eles estavam todos espalhados dentro do ginásio para celebrar meu aniversário.