Compaixão e respeito marcam vida de Denise Rosa Pretto

Luto em Encantado

Compaixão e respeito marcam vida de Denise Rosa Pretto

A professora e líder comunitária de Encantado faleceu aos 71 anos nessa sexta-feira. Além de lutar dois anos contra a leucemia, Denise foi infectada pelo coronavírus

Compaixão e respeito marcam vida de Denise Rosa Pretto
Mesmo diagnosticada com leucemia, Denise celebrou os 50 anos de casada com Irno Pretto em 20 de dezembro de 2019. Foto: Arquivo Pessoal
Vale do Taquari

Um dos últimos desejos de Denise da Rosa Pretto foi realizado em dezembro de 2019. Ela não poderia perder as bodas de ouro com Irno Pretto. A partir daí, se intensificou uma cruzada à leucemia. A luta contra o câncer no sangue durou cerca de dois anos. Nessa sexta-feira, 29, ela não resistiu. O corpo será cremado neste sábado em Porto Alegre.

“Sempre muito apaixonada pelo meu pai e ele também por ela. Eles tiveram uma vida boa. De muito trabalho mas de muita dedicação da família, perdemos uma parte, mas ela vai estar sempre no nosso coração e, com certeza, olhando por nós”, garante o filho de Denise, presidente da Associação de Vereadores do Vale do Taquari (Avat) e vereador de Encantado, Diego Pretto.

A partir de 2020, a luta contra leucemia foi intensificada. Diego doou a medula-óssea para a mãe, porém, a condição de saúde da matriarca não possibilitava o transplante. No processo de fortalecimento do organismo para receber o órgão, Denise foi acometida pela covid-19, um baque para sua imunidade.

“Depois da covid, ela chegou a ir pra casa. Em 4 de dezembro, teve uma infecção urinária e foi para o hospital. Depois de internada nunca mais voltou”, diz Diego.

Manter a família unida era um dos objetivos da jornada de Denise Pretto. O espírito caridoso se refletia também nas escolas em que lecionava e na comunidade. Com vida pública atuante, ela foi candidata à prefeita, em 2012, e presidente do PSDB de Encantado. Assim como o filho, o marido Irno foi vereador e a filha Clarissa Pretto Scatola é secretária de Saúde.

“Ela queria o desenvolvimento do município, a UTI a gente falava bastante, o desenvolvimento da agricultura, e a retirada do pedágio. Ela pensava além da educação”, lembra Diego sobre o período de campanha da mãe ao Executivo.

Psicopedagoga formada, ela lecionou em diversas instituições de ensino da região.

“A Denise acreditava nas pessoas”

A afirmação Miriam Dentee Bertelli, 38, é orientadora educacional do Instituto Monsenhor Scalabrini e foi aluna de Denise.“Ela sempre fez tudo na escola com muito amor. A fala dela eram falas acolhedoras. Que faziam os alunos se sentirem seguros. Uma pessoa que tinha o dom de fazer as situações difíceis ficarem mais leves”, relata.

Nos primeiros anos de docência, trabalhou como alfabetizadora no colégio Domenico Vicentini, onde também foi diretora. Depois, foi, por 15 anos, orientadora educacional no Scalabrini. Miriam e Denise trabalharam juntos no Scalabrini e no Sinodal de Roca Sales. Denise também manteve, por mais de 20 anos, um consultório particular de pedagogia clínica.

“Eu acabei escolhendo a mesma profissão dela, e levo até hoje comigo características do trabalho dela. A capacidade de ver o aluno com todas as demandas emocionais e sociais, pensando sempre que aquela pessoa, seja estudante ou colega, tem capacidades enormes que precisam ser aproveitadas e precisam dar o espaço”, inspira Miriam.

Para a ex-aluna e colega, Denise “transpirava amor” e é um exemplo de ser humano a ser seguido, principalmente, por acreditar e confiar nas outras pessoas. Ela deixa o esposo Irno Pretto, os três filhos Diego, Clarissa e Andreia e cinco netos.

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