A oportunidade de viajar durante 30 dias pelo berço europeu da nossa colonização e produzir reportagens para o Caderno Tudo de 2018 foi inspiradora. Ver o tanto que já se planejou e executou em países como Itália, Portugal e Alemanha e, ao mesmo tempo, comparar com as nossas mais gritantes mazelas é um exercício necessário e precisa ser constante. Copiar ou se inspirar em modelos que funcionam é obrigação do gestor público, e é uma das principais saídas para os empreendedores da iniciativa privada. Isso vale para grandes revoluções ou disrupções. Mas também vale para soluções mais singelas. Como por exemplo, as redes elétricas subterrâneas.
Caminhar na Europa é, acima de tudo, agradável. Os prédios antigos e conservados e as ruas cada vez mais humanizadas e repletas de arte e cultura são convites constantes para que os viajantes passem o menor tempo possível em hotéis ou shopping centers. A Europa se vende ao turismo pela rua. E uma das coisas mais agradáveis no caminhar europeu é a ausência de fios elétricos dependurados em postes e mais postes em muitas cidades. A bem da verdade, essa poluição visual verificada em praticamente todos os municípios brasileiros vem sendo expurgada mundo afora. E logo será assim, também, em boa parte do Vale do Taquari.
A Certel está instalando os primeiros metros de rede elétrica subterrânea. Na quadra em frente à sede administrativa, em Teutônia, a cooperativa instala um novo e moderno sistema de energia, alusivo aos 65 anos da instituição, que serão comemorados no próximo mês. É um movimento inédito na região em se tratando de concessões e áreas públicas. Hoje, em todo o Vale do Taquari, existem apenas sistemas subterrâneos privados. E as inovações não param por aí. Neste mesmo local, a cooperativa também anuncia a instalação de uma tomada e carregador para carros elétricos. A inauguração do sistema está prevista para o dia 19 de fevereiro, data oficial do aniversário.
É o primeiro passo. Escondidas sob a terra, esses sistemas elétricos transformam a paisagem e trazem mais segurança nas calçadas e conforto para as pessoas. O tempo dos fios amontoados junto aos postes ou espremidos em meio às copas das árvores tende a acabar. Ao menos onde for possível, claro. E não se trata de mera estética. Além da problemática da paisagem urbana, as redes de cabos se mostram muito mais suscetíveis a chuvas e ventos intensos, interrompendo frequentemente o abastecimento de energia. A longo prazo – e com altos custos, creio –, o novo modelo vai gerar menores custos com manutenção e prejuízos. Aguardemos.
Leite condensado
A imprensa, aliada a partidos políticos e grupos como o MBL, o Vem Pra Rua, entre outros, segue incansavelmente disposta a lambuzar o governo de Jair Bolsonaro, presidente eleito democraticamente em outubro de 2018. É um modus operandi conhecido. O PT, por exemplo, sofreu muito com isso em âmbito nacional. Parece que só o PSDB escapa. Dessa vez, pasmem, a polêmica é a compra de alimentos pelo Executivo federal. Uma ação de praxe, que é realizada todos os anos nos poderes legislativo, executivo e judiciário. Em âmbito federal, estadual e municipal.
Mas, e diante do nada surpreendente “clima” de impeachment, o fato virou o pior dos absurdos. E, claro, com um belo contexto maquiavélico. Para ilustrar a “grave denúncia”, grandes veículos de comunicação utilizaram a foto de Bolsonaro em sua casa, durante o seu tradicional café da manhã com pão e leite condensado. Percebem a maldade? Ora, se há problemas de gastos supérfluos no âmbito público, vamos reivindicar mudanças no modelo. Mas usar isso para só atacar o presidente, que provavelmente só ficou sabendo das compras pela imprensa, é a mais pura desonestidade.
O necessário debate sobre os parklets
É preciso falar cada vez mais sobre os parklets em Lajeado. Para quem ainda não sabe, os parklets são essas extensões das calçadas (foto) que servem para humanizar as vias públicas e potencializar os negócios dos nossos bravos comerciantes lajeadenses. Não é nada tão complexo assim, certo? Basta definir tamanho, uma e outra regra, um pequeno acerto referente ao estacionamento rotativo, algumas breves normas de segurança (limitar às vias de baixa velocidade, por exemplo) e pronto. Mas não. A Câmara de Vereadores conseguiu transformar a simplicidade dessa estrutura, já difundida mundo afora, em uma novela chata e sem precedentes.
O primeiro projeto sobre o tema foi protocolado no dia 23 de outubro de 2018. Ontem, dia 26 de janeiro de 2021, e agora com um novo (ou nem tão novo assim) projeto de lei, o modelo quase foi aprovado – nesse meio tempo, Teutônia anunciou a implantação do modelo sem qualquer “milonga”. Mas os nobres parlamentares lajeadenses protelaram novamente a votação. Então, eu me arrisco a dizer que a demora na aprovação deste simples PL é a prova – e também a contraprova – de que uma certa ala da classe política insiste em boicotar a inovação. Mesmo de forma inconsciente. E hoje são meros parklets. Amanhã ou depois…
Sem Colégio Tiradentes?
A possibilidade de instalação de um Colégio Tiradentes em Lajeado já foi mais concreta. o assunto definitivamente esfriou nos corredores do governo do Estado, do Comando Geral da Brigada Militar, e também na prefeitura municipal. O problema está na ausência de pessoal para atuar na estrutura. Hoje, é inviável retirar profissionais da ativa para ocupar as salas de aula. Para tal, a solução é buscar policiais da reserva. Mas isso também não será um caminho muito simples.
Uma nova eclusa
O debate sobre o reaproveitamento do complexo portuário instalado em Estrela, às margens do Rio Taquari, persiste. E as notícias preocupam. Segundo alguns especialistas, a excelência na navegabilidade até a foz no Rio Jacuí carece de uma segunda eclusa no trecho. Além disso, outros defendem a ampliação da eclusa já existente em Bom Retiro do Sul. Estamos falando de obras bilionárias!