Das 500 crianças na fila para vagas em Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) em dezembro de 2020, Lajeado conseguiu reduzir o número para 47, o que equivale a 90,6% do total. Por outro lado, pais e mães de diferentes bairros aguardam retorno da Secretaria de Educação e de direção de escolas para confirmarem as matrículas nas instituições.
Conforme a secretária de Educação, Vera Lúcia Plein, a redução da fila foi possível com a saída de alunos para o Ensino Fundamental. “Todo fim de ano letivo nos possibilita uma diminuição nos números pela abertura dessas vagas. Para quem ainda não foi atendido, restam algumas vagas em Emeis e as crianças serão encaixadas em alguma instituição”, esclarece.
Ao longo do ano, serão finalizadas obras de ampliação nas escolas infantis dos bairros Olarias e Bom Pastor. “Será um acréscimo necessário para suprir demandas destes bairros”, argumenta.
Atualmente, são 24 escolas no município. De acordo com a secretária, a espera para ocupar vagas é muito relativa. “Temos pré-requisitos de vulnerabilidade social, proximidade da residência, salário, entre outros. Esses fatores são determinantes para definir quem ocupa a vaga disponível”, explica.
Espera para o berçário
Karine Wolfart, 23, tem uma filha de nove meses que necessita de uma vaga no berçário. Ela realizou a inscrição no dia em que abriram as vagas no bairro Olarias, e até o momento não recebeu sinalização se terá ou não espaço para deixar a menina na Emei.
Karine, que já não tem mais direito a licença maternidade, contratou uma pessoa para cuidar da filha enquanto trabalha. “Até semana passada, eu deixava ela com a avó, ou então com uma vizinha. Se elas não podiam, eu precisava faltar o serviço por não ter onde deixa-lá. Cansei de pedir vagas durante todo 2020”, relata.
Uma moradora do bairro Campestre, que prefere não se identificar, também está na fila para a educação infantil. Ela conseguiu seis meses de licença maternidade. “Sei que as vagas para o berçário são mais escassas. Agora, meu filho tem quatro, mas já estou agilizando para conseguir uma vaga até abril, que é meu prazo máximo”, conta.
Fila no Ensino Fundamental
Moradora do bairro Jardim do Cedro, Tainara Padia, 26, tem uma filha de seis anos que ingressaria no 1º ano do Ensino Fundamental. Em dezembro, seu marido tentou realizar a inscrição na escola Dom Pedro I. “Ele e outros pais estavam na fila desde a madrugada. Quando a instituição abriu, a resposta da escola foi que entrariam em contato até dia 6 de fevereiro, caso restassem vagas, pois no momento não tinha”, relata.
Com a indefinição, Tainara teme que sua filha não frequente a escola neste ano. “É um descaso com moradores do bairro. Eu não sei se minha filha vai estudar esse ano e não consigo me planejar, pois o retorno será dado dias antes do início do ano letivo”, relata.
Conforme a secretária do município, algumas escolas estão funcionando próximo a capacidade máxima, como é o caso da Dom Pedro I. “Será preciso aguardar o início do período letivo para remanejar alunos e verificar onde ainda há vagas para atender de melhor forma”, afirma Vera.
Retorno do ensino presencial
A secretaria aguarda definições do governo do estado para planejar o ano letivo de 2021. Conforme Vera, se não houver alterações no quadro da pandemia, o ensino continuará híbrido. “Acreditamos que já é possível um retorno integral de 100% dos alunos”, explica.
O Ensino Infantil volta para as salas de aula no dia 8 de fevereiro. Já o início do ano letivo para o fundamental será em 22 de fevereiro.