Como o fisiculturismo mudou sua vida?
Ele mudou meu endereço, meu estado, minha profissão e todo contexto da minha vida. Comecei no fisiculturismo em 2014, de lá para cá, saí do Mato Grosso do Sul, fui para Minas Gerais e de lá vim parar no Rio Grande do Sul. Um progresso ascendente, que somou em todos os aspectos. Durmo e acordo em cima disso.
O que você mais e menos gosta no fisiculturismo?
O que mais gosto, além das competições, é o fato de mudar vidas. Ajudo a construir sonhos. Sem dúvida nenhuma, o que me faz amar o fisiculturismo é ser parte do sonho das pessoas. O que menos gosto é que trato minha equipe como parte da minha família, e quando um atleta encerra esse trabalho, fico muito chateado. É perder alguém próximo.
O que é mais difícil: manter dieta ou treino?
Sem dúvida nenhuma é a dieta. Normalmente o treino é terapia, é o alívio da rotina, a válvula de escape. Até mesmo pelas liberações hormonais que ocorrem durante o exercício físico. São muitos os fatores que fazem do treino algo prazeroso. Já a dieta é sempre muito igual, por mais livre que seja, ela se torna monótona e isso enjoa.
Como é a sua dieta?
Na verdade hoje não sigo uma dieta específica. Fui atleta de várias modalidades até 2017. Tenho graduação em mais de um esporte de contato, sou faixa roxa de bjj, porém pratiquei capoeira, boxe, judô, natação e, por último, fui atleta de força livre, strongman. Cheguei a competir em um mundial. Foi depois disso que optei por dedicar todo meu tempo em ser treinador. Abri um centro de treinamento e montei minha equipe, a carga de trabalho era altíssima e, com isso, contribuiu para que eu parasse de competir.
Quais as principais dificuldades que um fisiculturista encontra no país?
Por mais que esteja vivendo a era fitness hoje, o atleta ainda é muito mal visto, sendo sempre comparado com um narcisista ou mesmo com alguém de intelecto limitado, quando na verdade para se manter no esporte é necessário muito estudo e dedicação. As pessoas tendem a julgar o fato do corpo bonito, como futilidade e, no Brasil, qualquer esporte que não seja futebol, é carente de apoio. Estamos abrindo nosso espaço, temos tido muito público, mas apoio financeiro ainda não.
Existe preconceito em relação a modalidade?
Sim, muito. As pessoas ainda limitam o esporte como algo fútil, não enxergam o esforço que é necessário para que se chegue no auge físico, sempre tendem a diminuir e justificar a falta de capacidade e esforço. As mulheres sofrem mais, principalmente as muscle womans, categorias que exigem um pouco mais de definição e muscularidade. Porém, não vejo que isso afete os atletas, ao menos os meus. Eles lidam muito bem com isso, são conscientes de suas próprias vontades e de tudo que engloba suas as escolhas.