“Ele era tudo: motorista, eletricista, mecânico. Com o crescimento da empresa, ele se dedicava apenas a modelagem da calçados Andreza”, assim a cunhada Sirlei Piassini define a atuação de Vilson Mantelli à frente da empresa que fundou. Ele foi sepultado às 17h no Cemitério Municipal de Santa Clara do Sul.
Nos anos 1970, Mantelli foi convidado a sair do interior de Progresso, onde nasceu, para trabalhar com Mário Piacini, tio da sua esposa. Há mais de 50 anos, Piacini, Mantelli se juntaram a um outro sócio, de sobrenome Colombo, que deu nome a empresa Comapi, resultado das iniciais dos três sobrenomes.
Após a saída de um dos sócios, Vilson Mantelli e Mário Piacini abriram a calçados Andreza, batizada em homenagem a filha caçula de Vilson, Andreza Mantelli. O caminho para sair da agricultura e se dedicar ao ramo calçadista foi árduo. Mesmo com a empresa consolidada – época que Vilson podia se dedicar exclusivamente a modelagem dos sapatos – o trabalho era exaustivo.
“Na época não tinha computador, era tudo milimetrado a mão, ele levava às companhias em Novo Hamburgo, que era para ser aprovado ou feitos reajustes”, relata a cunhada Sirlei.
Atuação na comunidade
Mantelli era ativo junto a Sociedade Centro de Reservistas, apesar de nunca ter sido diretor do clube. Apreciador do tradicionalismo, ele dirigiu o antigo CTG Bomba de Prata. Vilson também fez parte da comissão emancipatória de Santa Clara do Sul. Movimento que obteve êxito em 1992.
Conforme relatos de um grupo de amigo que acompanhava o velório do lado de fora da capela mortuária, não havia baile da comunidade, ou celebração da Igreja que Vilson Mantelli não ajudasse os organizadores.
Últimos dias
Após abrir um posto de gasolina, e depois deixá-lo sob a administração do seu genro, Alexandre Weber, Vilson tinha uma chácara, a qual se dedicava e rememorava a infância no campo.
Em 2 de janeiro foi internado no Hospital Bruno Born, em Lajeado, com covid-19. Ele permaneceu 23 dias na UTI.
“Após um período de 12 dias, eles deixavam, um parente por dia, visitar ele no hospital. Eu fui uma vez e deixei os outros dias para a única filha que ele ainda tinha. Quando fui voltei esperançosa, mas menos de uma semana depois, deitaram ele de bruços para ver se conseguia respirar melhor, até que, na manhã de hoje nos chamaram no HBB”, conta Chica.