A Companhia Riograndense de Água e Esgoto (Corsan) comunica 500 moradores do bairro Florestal sobre a expansão da rede coletora de efluentes. As notificações foram distribuídas nas últimas semanas e informam que a partir da metade de fevereiro será possível ligar o esgoto doméstico na caixa de calçada.
De acordo com o gerente da unidade de Lajeado, Alexsander Pacico, para confirmar a adesão, o titular da conta deve procurar a Corsan e oficializar o interesse. A partir disso, a ligação será autorizada.
A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do bairro Moinhos começou a ser construída em 2011, com um investimento próximo dos R$ 2 milhões. O complexo foi projetado para operar com oito litros de esgoto por segundo e tem capacidade para atender mil economias.
De acordo com o gerente da Corsan de Lajeado, a implantação de um sistema de tratamento de esgoto é uma obra complexa, pelo impacto na mobilidade urbana e também devido ao solo rochoso da cidade.
Ainda assim, destaca o benefício desse serviço. “Quando levamos água potável às pessoas, estamos possibilitando um serviço que tem impacto sobre a saúde. No que se refere ao tratamento de esgoto, o maior beneficiário é o ambiente.”
A unidade trata hoje os efluentes de 340 residências do bairro Moinhos. O plano da Corsan é ampliar o número de residências ligadas na ETE para mais de 800 ainda neste ano.
Vale trata menos o esgoto do que a média do estado
Quatro aspectos sustentam o conceito de saneamento básico. Abastecimento de água, drenagem das ruas, coleta de lixo e esgoto. De todas elas, o Vale do Taquari tem como maior dificuldade a coleta e tratamento dos efluentes domésticos.
Os índices oficiais de tratamento dos efluentes são distintos entre as instituições de pesquisa e órgãos públicos. Conforme o IBGE, o RS trata 86% do esgoto. Parece um índice alto, mas essa avaliação considera também as residências com fossa, filtro e sumidouro.
Um sistema falho, em especial nas áreas urbanas e de grande densidade demográfica, pois precisa de limpeza periódica, a cada seis meses, o que não costuma acontecer.
O dado mais real é o tabulado pelo governo do Estado. Neste, a região apresenta um índice de tratamento de esgoto bem inferior a média gaúcha. Enquanto no RS, se estima que 32% dos efluentes passe por algum processo de limpeza, pela tabulação do Codevat, esse percentual seria de no máximo 11%.