O Estado avança sobre a extinção da EGR e o primeiro passo foi o leilão da ERS- 287, rodovia que passa por Tabaí. Com o leilão homologado, se tem uma prévia do que está por vir para as ERSs-130, 453 e 129.
Os próximos movimentos quanto ao sistema de pedágios para o RS foram apresentados nesta semana pelo governo do Estado. A previsão é que os estudos de viabilidade econômica sejam apresentados à sociedade em maio. Já o processo de leilão deve ocorrer em janeiro do próximo ano.
De acordo com o Piratini, só a partir das concessões será viável manter investimentos em melhorias na infraestrutura das estradas, como recapeamentos e duplicações. Antes da chegada da covid-19, havia a perspectiva dos leilões ainda neste ano. Mas com o avanço da doença, esses prazos foram revisados.
Pela análise do governo, não é viável lançar um único modelo para substituir com agilidade os mais de 700 quilômetros mantidos pela EGR e os 396 do Daer, pois trechos com alto fluxo e alta rentabilidade teriam diversas interessadas enquanto rodovias com menor potencial econômico seriam deixadas de lado. O ideal seria unir trechos rentáveis com outros de menor movimento, como uma forma de equilibrar o interesse das concessionárias.
Expectativa regional sobre a 130
Entidades de classe da região alertam quanto a situação da ERS 130 no trecho de Encantado, passando por Arroio do Meio, até Lajeado. Pela análise local, a falta de investimentos na rodovia atrapalha o desenvolvimento econômico e social do Vale e do RS. Por dia, estima-se que mais de 28 mil veículos transitam no trecho de Encantado, passando por Arroio do Meio, Lajeado e Cruzeiro do Sul.
“Há diversas indústrias em operação nas margens da rodovia. Diante do alto fluxo e das limitações da pista simples, é impossível ampliar a capacidade produtiva”, afirma o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Arroio do Meio, Adailton Cé.
De acordo com ele, a prioridade deve ser ampliar a capacidade de fluxo da pista. Em cima disso, Cé questiona: “para nós, agora a principal pergunta é saber quantos pedágios vão ter?”
Olhar para o futuro
O presidente da cooperativa Valelog, Adelar Steffler, ressalta as limitações das rodovias gaúchas. “As pistas não têm capacidade e nem tamanho. Para a logística quanto mais eixos, mais barato é o transporte.”
Na avaliação dele, a concessão precisa resolver os problemas atuais, em especial na ERS-130 e também prever o que vai acontecer nos próximos anos no que se refere a produção e logística. “Temos de olhar para o futuro.”
Essa preocupação também faz parte da análise do diretor da Girando Sol, de Arroio do Meio, Gilmar Borscheid. Em reuniões com o governador, relembra, foi garantido que a 130 seria duplicada. “Tendo a concessão, precisamos ver o conteúdo desse estudo, para saber se nossas demandas serão atendidas. Sabemos que é uma obra grande.”
Segundo ele, um dos principais gargalos está entre Lajeado e Arroio do Meio. “São seis quilômetros e por vezes levamos meia hora neste trajeto.”
Logística travada
Em 2018, especialistas em infraestrutura apresentaram ao Estado o Plano Estadual de Logística de Transportes (Pelt-RS). O documento tinha como uma das prioridades o aumento da capacidade em diversas rodovias. Do contrário, haveria um colapso no fluxo de transportes.