Os dados relativos ao combate a criminalidade pela Polícia Civil em 2020 foram apresentados na tarde de ontem pelo titular da Delegacia de Lajeado, Márcio Moreno. Conforme o delegado o desempenho da polícia foi “excepcional”.
Houve queda de 11% no número de vítimas de homicídio, no comparativo com 2019. Lajeado teve 17 assassinatos, o que representa uma taxa de 18,82 mortes a cada 100 mil habitantes. O Rio Grande do Sul tem 17,33 mortes a cada 100 mil habitantes, onde foram 1.972 vítimas em 2020, uma redução de 5% em relação ao ano anterior.
Redução no passivo de inquéritos
O número de investigações iniciadas é, normalmente, maior do que os inquéritos encerrados. Conforme o delegado Moreno, o passivo, em Lajeado, é de cerca de 8 mil inquéritos. Em 2020, a lógica se inverteu e foram remetidos (831) mais inquéritos do que instaurados (555).
Com isso, o índice de remessa de inquéritos ficou em 149,7%, o que ajuda a reduzir as investigações represadas. “Taxa de remessa trabalha muito com a eficácia do trabalho policial. Não adianta ter muitas investigações iniciadas, vários inquéritos instaurados e não conseguir remeter”, analisa Moreno.
O delegado ainda expõe como o passivo de inquérito atrapalha as investigações. Muitas vezes, resoluções de crimes necessitam de acompanhamento da prova pericial, diligências, cumprimento de mandados e até mesmo interceptação telefônica. Esse trabalho é interrompido toda vez que um novo crime ocorre. “Não se consegue concluir todo envolvimento de uma investigação complexa e não consegue dar prioridade para nenhum”, revela.
100% de elucidação
Todos os 831 inquéritos remetidos em Lajeado foram elucidados. Existem inquéritos de 2019, 2017 e dois inquéritos de 2015, que estavam represados.
Isso não significa que todos os crimes foram elucidados. Mas todos que tiveram o inquérito encerrado. Em 2019, Lajeado tinha alcançado o índice de 61% de elucidação, a taxa nacional é abaixo de 60%. No ano passado, a Delegacia de Lajeado chegou ao 100% de elucidação.
“Em relação a Delegacia de Lajeado, são dados históricos. E na instituição também é um número expressivo, já que é o teto que podemos chegar”, afirma o delegado Marcio Moreno.
Ainda há inquéritos em aberto, principalmente que ocorreram nos últimos três meses de 2020, e devem ser elucidados neste ano.