No último pregão de 2020, o milho negociado no mercado internacional teve uma alta de 2,3%. Para o Brasil, a saca de 60 quilos do grão superou a marca dos R$ 70. Este foi o maior patamar alcançado pelas cotações desde maio de 2014.
A elevação nos preços do milho foi sustentada pela demanda norte-americana. A tendência é que este cenário siga neste ano. Como os estoques no país e no mundo estão baixos, há um alerta de continuidade nos aumentos do preço do grão no mercado internacional.
Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) verificam que essas condições têm feito o ritmo de negócios diminuir no país. Pela análise do órgão, os agentes negociam pequenas quantidades, pois estão atentos as compras para os próximos períodos, diante do desenvolvimento das lavouras e do clima no Brasil. Por enquanto, dados oficiais ainda apontam produção recorde na temporada 2020/21, superando 102 milhões de toneladas. O ponto de preocupação é quanto ao Rio Grande do Sul, pois já houve quebra na primeira safra.
Preocupação regional
O presidente da cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, destaca que a produção de cereais na região é fundamental para a economia local. “São imprescindíveis à produção de frango, suíno e leite.”
De acordo com ele, quando esses itens têm elevação constante no preço, há um impacto em todo o setor primário da região. Bayer realça que tanto o agricultor sofre com a elevação nos custos de produção quanto o consumidor final.
“O Vale do Taquari passou por uma seca na safra passada e estamos em outro momento de pouca chuva agora. Este cenário aumenta a necessidade de compra de grãos de outras regiões do estado e de outras localidades, diminuindo a circulação de moeda na economia local”, frisa.