Como a literatura surgiu na sua vida?
O colégio foi fundamental para que eu começasse a escrever, pois as freiras estimulavam. Desde adolescente, eu escrevia muito. Meu marido, Gilberto, que faleceu ano passado, me estimulou para que eu publicasse. Ele me estimulava em tudo. Fui engavetando textos relacionados à minha vivência e qual não foi minha surpresa quando ele disse: ‘acho que está na hora de publicar’. Colocamos o título de Cascalho, porque é um material que tem muito no Rio Taquari. Uma das minhas amigas disse que transformei cascalhos em estrelas.
O que o Vale do Taquari representa na sua obra?
Meu primeiro livro é baseado nessa vivência. Fala sobre diversos aspectos relacionados ao Colégio Madre Bárbara, os jogos, as brincadeiras. É muito representativo. Minha infância e adolescência passei toda no Vale. As vivências são muito contundentes, me tocam muito sentimentalmente. Fui Rainha dos Estudantes, Mais Bela Atleta, Miss Lajeado, eu era muito agraciada com títulos. Também escrevi livros didáticos. Eu escrevo muito.
O que representou ser escolhida Miss Lajeado?
Foi significativo pela responsabilidade que você assume ao representar uma cidade, divulgar o nome de Lajeado e desfilar em Porto Alegre. Era uma época mais tradicional, era um título bem mais importante do que é hoje. E era algo mais natural, a gente era como era, não havia esse retoques que hoje existem, era algo mais puro. Para mim, foi importante a representação e a responsabilidade que me coube com o convite.
Como foi a repercussão do prêmio?
Eu era muito jovem, mas foi muito interessante porque o concurso foi realizado em Bagé e eu não saía muito da terra natal. Fomos de avião até Bagé. Era uma época muito tradicional, a mãe acompanhava tudo. Aceitei não por orgulho de beleza, mas porque era mais uma oportunidade de eu sair e entrar em contato com outras pessoas. Conheci meu marido desfilando como Miss Lajeado. Foi no Clube do Comércio, em Porto Alegre, que naquela época era muito importante e significativo.
Você está para lançar um livro. Tem previsão?
Ainda não está no prelo, porque essa pandemia atrasou um pouco. Mas está praticamente todo formatado. Logo que passar essa pandemia, que vier a vacina, vai dar para fazer o lançamento. É baseado em memórias da minha vida e relacionado com pessoas da minha família. O título será “Abrem-se os portais e surgem as tias: um século de existência” e será publicado pela Editora da UBE.