Levantamento do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe) junto às instituições associadas da Educação Básica aponta que o reajuste médio da mensalidade será de 3,5% para este ano. Esse percentual indica que não haverá o repasse do aumento de custos médios previstos para o próximo ano.
Conforme o presidente do sindicato, Bruno Eizerik, 2020 ficou marcado pelas dificuldades para as instituições privadas. Os níveis com mais perda de alunos foram no Ensino Infantil e no Superior.
Cada escola vive uma realidade diferente e as mantenedoras estão agindo com cautela quando se trata de reajustar as mensalidades, diz. Por esse motivo, em 2021 os investimentos que costumam ocorrer nos ambientes, ampliações e projetos de melhorias serão postergados. “Em média, o reajuste das mensalidades será de 50% em relação ao aumento dos custos previstos”, afirma Eizerik.
Pela pesquisa, as escolas informaram que o percentual médio de aumento nos custos em 2020 foi de 8,5%, maior que a previsão orçamentária de 48,7% das escolas. Junto com isso, o aumento médio das mensalidades em 2020 chegou a 7%, enquanto os custos atingiram 8,5%.
O que mais influenciou no aumento foram os investimentos não previstos em tecnologia e as adaptações necessárias para a oferta do ensino remoto. Seguem ainda as adequações dos planos de prevenção a incêndio, pessoal e infraestrutura.
Adaptação
A pandemia provocou a suspensão das aulas presenciais a partir da metade de março. Sem essas atividades, muitas instituições privadas revisaram gastos e deram descontos nas mensalidades. Na região, houve casos de redução perto dos 35%.
“As escolas entenderam as dificuldades enfrentadas pelos alunos e pelas famílias. Foram sensíveis aos pedidos e muitas concederam descontos nas mensalidades”, avalia Eizerik.
De acordo com ele, a situação ainda não está normalizada. Ainda assim, o repasse na mensalidade inferior aos custos para o próximo ano é outro exemplo do esforço das instituições para manter os serviços.
Pela lei, o reajuste das mensalidades é feito a partir da planilha de custos. Hoje, o imposto sobre as escolas e universidades privadas é de 3,6%. Caso o texto base da reforma tributária do governo federal, que unifica PIS e Cofins, seja aprovado, a alíquota às instituições de ensino sobe para 12%.
Alta do IGP-M
Além do reajuste nas mensalidades, o IGP-M também é usado para atualização nos contratos de aluguéis. A elevação histórica de 20% é resultado da desvalorização do real no mercado internacional, aumento nos custos das commodities e também dos materiais de construção.