Moradores dos bairros Americano, Centro e Universitário de Lajeado relatam constantes quedas de energia no último mês em locais atendidos pela concessionária RGE. Além de transtornos gerados pela falta de abastecimento, a situação preocupa aqueles que dependem do serviço para trabalhar.
Proprietário de um escritório de arquitetura na rua Saldanha Marinho, no Centro, Nestor Junge conta que desde o dia 23 de dezembro, o desabastecimento ocorre diariamente. Algumas quedas são mais prolongadas, outras, rápidas. “Já ficamos horas sem luz, mas também há quedas de 10 minutos”, explica.
Conforme Nestor, a concessionária de energia utiliza um sistema de avisos via SMS (mensagem de texto) para informar os consumidores sobre o abastecimento, porém nos últimos dias não tem recebido a notificação. “Se fossem desligamentos programados, seríamos avisados sobre o tempo do desabastecimento e o motivo, mas isso não ocorre”, esclarece.
Na tarde da quarta-feira, 6, foram ao menos cinco quedas de energia no prédio em que o escritório está instalado. “Não tivemos prejuízos materiais, mas temos perdas com o tempo dos funcionários, com arquivos deletados e materiais corrompidos. Isso gera um retrabalho, sem contar no custo de manter o funcionário sem operar”, reforça.
Junge mobiliza os proprietários das outras sete salas comerciais do prédio para conseguir uma solução. “Entramos em contato com a ouvidoria da concessionária para conseguir uma explicação, mas ainda não tivemos retorno. Nosso próximo passo será contato com a Agência Nacional de Energia Elétrica”, relata.
Desabastecimento em residências
Na residência de Giorgio Huwe, no bairro Universitário, foram ao menos duas quedas de energia longas no último mês. Uma durante um temporal, e a outra, nesta semana sem motivo informado via aplicativo da RGE.
A falta de energia não causou prejuízo. “É inconveniente deixar os clientes sem o fornecimento de energia em dias quentes, além de deixar as pessoas apreensivas em relação a alimentos na geladeira. No verão, é muito rápido pra descongelar e estragar alimentos”, relata.
Síndica de um condomínio no bairro Americano, Francisca de Oliveira, percebe quedas de energia rápidas durante o dia. Na sua residência, não houve perdas, porém as interrupções recorrentes atrapalham na convivência dos moradores do prédio.
Os transtornos são comuns na garagem e no portão de entrada do prédio, que necessitam de energia elétrica para funcionar. “Temos que ficar atentos para ativar o modo manual e não prejudicar os moradores”, conta.
RGE
A RGE informou a reportagem que verificou os registros e constatou que o primeiro cliente residente do bairro Universitário, sofreu sete interrupções em um ano (entre janeiro de 2020 e o presente momento), sendo duas delas por motivo de programado. Estes desligamentos programados são necessários para execução de obras de melhoria e ampliação de rede de energia elétrica. A última interrupção registrada ocorreu nesta quarta-feira, dia 6, devido ao rompimento de um condutor.
Já para residente do bairro Centro, foram registradas no dia 6 de janeiro, cinco interrupções de curta duração (menor que 3 minutos) e outras duas interrupções de longa duração. Estas interrupções foram ocasionadas pelo desligamento emergencial para manutenção de dois transformadores que atendem o consumidor.