Depois das festas, a ressaca das contas

Orçamento familiar

Depois das festas, a ressaca das contas

IPTU, IPVA, férias e material escolar. Despesas que vem na sequência do Natal e do Reveillon, e que podem comprometer as finanças pessoais para o ano

Depois das festas, a ressaca das contas
Início de ano traz consigo despesas com férias, prestações atrasadas e impostos. Se preparar ao longo dos meses para este período pode evitar sobressaltos. Créditos: Filipe Faleiro
Vale do Taquari

Início de um novo ano, com velhas preocupações. As contas chegam na esteira do Natal e das festas de Reveillon. Em meio a pandemia, com impactos sobre a saúde e sobre a renda das famílias, pesquisa divulgada pela Fecomércio avalia as percepções de Endividamento e Inadimplência dos consumidores gaúchos.

Pelos dados, o percentual de famílias com dívidas foi de 71,6% em dezembro. No ano passado, esse percentual foi de 66%. Para a economista e professora, Fernanda Sindelar, o endividamento das famílias já estava alto em 2019 e tende a ter uma piora com o fim dos auxílios governamentais na renda.

“A pandemia interferiu sobre a receita das famílias. Muitas perderam dinheiro ou ficaram sem fonte de renda. Como ainda temos a presença da covid-19, agora sem ajuda do governo, há uma tendência de mais dificuldade”, avalia.

A professora e economista destaca: quem mais sofre com o endividamento são as famílias mais vulneráveis. “Pela análise dos dados, grupos familiares de classes elevadas tiveram aumento das rendas. Quem pode investir, ganhou.”

Há uma máxima sobre a cultura nacional, de que o brasileiro não tem educação financeira. Para Fernanda, essa é uma meia verdade. Junto disso, há o fato do salário ser baixo e o custo de vida em constante elevação, como no caso da inflação dos alimentos, que em 12 meses teve um acréscimo perto dos 20% no ano. “O salário das pessoas não acompanhou. Hoje, se formos comparar, o custo de vida básico impacta mais sobre a renda.”

Esse ponto de vista se aproxima da análise do presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn. “Em um ano em que o consumo sofreu fortes reduções, o aumento do endividamento das famílias de renda mais baixa é sinal de alerta para uma possível piora da inadimplência em um ano em que não há, pelo menos por enquanto, medidas de sustentação a renda, como em 2020.”

Pela pesquisa apresentada pela Fecomércio, o percentual de famílias que afirmam não possuir condições de pagar suas contas em atraso dentro dos próximos 30 dias foi de 9,6%, um dos menores percentuais da série histórica.

Despesas na ponta do lápis

De acordo com a professora Fernanda Sindelar, da Univates, organizar melhor nas finanças pessoais ou familiares é criar o hábito de avaliar as despesas. Para sofrer menos com o início de cada ano, sugere que as famílias tentem separar algum valor todos os meses.

“Um planejamento para o ano. Guardar R$ 200, R$ 100 ou até R$ 50 para essas despesas de início de ano já pode ajudar”, diz.

Aos endividados, o primeiro passo é fazer um saber todos os débitos e identificar quais são os maiores comprometimentos e onde incidem as taxas de juros mais elevadas. A estratégia é negociar dívidas, taxas de juros.

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