A expectativa nacional para início da vacinação contra o coronavírus faz com que estados e municípios elaborem os planos de imunização. Em Lajeado, o prefeito Marcelo Caumo destaca que o poder público acompanha o processo para liberação dos compostos e que estuda um formato caso o governo federal e o estadual demorem na liberação das doses.
“Temos condições financeiras de fazer a compra. Partimos de um cálculo do que foi a vacinação contra a gripe, quando surgiu a H1N1”, diz Caumo. De acordo com ele, da população de 90 mil pessoas, seria necessário separar doses para os grupos de risco e profissionais da saúde, o que ficaria em torno de 15 mil pessoas.
“Pelos nossos cálculos, o investimento ficaria de R$ 600 mil até R$ 2 milhões. Neste patamar, temos condições orçamentárias para garantir essa compra. Se a União ou o Estado não garantirem as doses, vamos comprar.”
Na noite dessa quarta-feira, o governo federal publicou uma Medida Provisória (MP) que permite ao poder público a compra de insumos e vacinas contra a covid-19 com dispensa de processo de licitação.
A MP estabelece um processo simplificado para a compra de vacina e de insumos, inclusive antes do registro sanitário e do aval para uso emergencial conferido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A MP tem força de lei e permite que o governo federal compre vacinas no mercado internacional.
Estado pretende iniciar vacinação neste mês
O governador Eduardo Leite garante que o Estado está preparado para iniciar a imunização dos gaúchos. “É importante para tranquilizar a população. O Estado tem estoque (de seringas), tem estrutura, tem logística preparada e tem planos de contingência também para uma eventual necessidade de maior mobilização do Estado em relação ao que vier do Ministério da Saúde para o plano de vacinação.”
Conforme o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o RS tem 4,5 milhões de seringas em estoque. A preparação do Estado começou já em setembro do ano passado e toda a logística está sendo planejada, inclusive, para quando as duas campanhas – do coronavírus e da gripe – se sobreporem quando o inverno chegar.
Assim que as primeiras vacinas chegar, com previsão ainda para janeiro, o Estado pretende iniciar a vacinação. A prioridade seria profissionais de saúde, funcionários de casas geriátricas e idosos. Os primeiros lotes para o RS integram a compra do governo federal de 2 milhões de vacinas da AstraZeneca.
CoronaVac
No fim da manhã de ontem, o Instituto Butantã apresentou a análise sobre os resultados da 3ª fase da CoronaVac.
A avaliação, feita por um grupo de cientistas estrangeiros, autônomos ao processo de desenvolvimento do composto, indicou eficácia de 78% da vacina para casos leves. Nenhum dos voluntários que receberam a dose foram vitimados pela doença, o que indica proteção para casos graves e óbitos.
O índice é menor que os das vacinas dos laboratórios Pfizer e Moderna, aprovadas pela União Europeia e pelos Estados Unidos. A diferença é que esses compostos usam a tecnologia de RNA mensageiro, com eficácias de 95% e 94%. Já a CoronaVac é feita com o vírus inativado.