Sem água no interior, governo recorre a poço particular

velho problema

Sem água no interior, governo recorre a poço particular

Interior de Marques de Souza está com problemas no abastecimento de água. Governo envia hoje caminhões-pipa e projeta integrar poços artesianos particulares à rede pública

Sem água no interior, governo recorre a poço particular
Poço artesiano de Scheuermann pode ser a solução provisória para mais de 50 famílias. Foto: Ramiro Brites
Vale do Taquari

O agricultor aposentado Delmiro Auland, 75 anos, é morador da Linha Atalho. Ele relata que está há sete dias sem água.

Um reservatório de 2 mil litros garante as atividades domésticas, mas já está chegando ao fim. “Uso para banho, lavar louça e para tomar, mas meus vizinhos tem chiqueirão”, relata.

Grande parte dos chiqueiros utilizam mais de 10 mil litros de água todos os dias. É o que relata Valmor Astor Krumenauer que produz porcos junto com seu filho, Robinson.

Na terça-feira passada, a família teve que fazer uma escolha: se bombeava água de sua caixa para residência ou para a produção suína. A solução foi tomar banho em um chuveiro instalado junto a pocilga.

“Água é prioridade”

Vereador Rudi Heid (PTB) é morador da Linha Atalho. O Legislativo esteve em reunião com o prefeito Fábio Mertz (PP). O novo mandatário afirmou que a solução para a falta de abastecimento tem preferência no governo. “Ele falou que água é prioridade e está em primeiro lugar”, relata Heid.

A rede de água que contempla a região é uma associação da comunidade, gerida pelo município. Pelo menos três poços artesianos da região tiveram de ser desativados pelo excesso de flúor encontrado na água. Outra perfuração ficou com o motor que bombeava água preso dentro do poço.

O último poço, cavado ainda na administração de Edmilson Döor (PTB), está com baixa vazão da água. Conforme o atual prefeito, Fábio Mertz a estrutura foi feita em um “falso aquífero”. A explicação dos técnicos da prefeitura foi que o local não está diretamente ligado ao Aquífero Guarani, é um bolsão d’água que enche com menos velocidade do que bombeia água.

“Solução provisória”

Fábio Mertz garante que a prefeitura trabalha em regime de urgência para solucionar a falta de água. Ele conta com o abastecimento dos reservatórios durante a noite. Mesmo com a vazão reduzida, o poço artesiano atualmente conectado a rede pode encher as caixas d’água quando o consumo é menor.

A solução paliativa é o transporte de água para os locais mais urgentes e o levantamento técnico que determinará a viabilidade do uso de dois poços particulares. Um é de propriedade de Odário Scheuermann, na Linha Olanda. Ele acredita que seu poço seja capaz de bombear 10 mil litros por hora.

A prefeitura estuda a capacidade de vazão desde a manhã de quarta-feira. Se o volume for satisfatório, a administração precisará de mais uma semana para instalar o encanamento até a rede que abastece a Linha Atalho, Tigrinho e Picada Flor. Mertz pede paciência à população. “Essa interligação de poços particulares é uma solução provisória. A gente vai ter que fazer um grande estudo geológico para saber qual é o lugar certo para fazer esse poço.”, explica.

Para resolver a falta de abastecimento de forma definitiva, o processo pode levar de seis meses a um ano. “Envolve estudo geológico, licitação, é um processo mais demorado. Nós vamos fazer com calma para não falhar mais uma vez. Falta de água é inaceitável”, declara o prefeito.

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