As emendas promíscuas e o Vale a ver navios

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

As emendas promíscuas e o Vale a ver navios

Vale do Taquari

Que as emendas parlamentares são travestidas de compra de voto já sabemos faz tempo. Ocorre que esta semana tivemos mais um desses exemplos grosseiros do quanto os deputados e senadores usam estas emendas – nosso dinheiro – para alimentar seus currais eleitorais.

O governador do Estado, Eduardo Leite, em solenidade na última terça-feira, entregou 137 novas viaturas semiblindadas à polícia civil gaúcha. Os veículos são importantes ferramentas de trabalho e muito bem-vindos.

Acontece, e aqui está o lado promíscuo, é que não foi o comando da polícia e nem a Secretaria Estadual de Segurança que determinou para onde iriam as viaturas. Sabe quem decidiu quais seriam as cidades contempladas? Bingo: os deputados e senadores. E por óbvio, mandaram para os municípios onde se concentram os redutos eleitorais dos mesmos.

O Vale do Taquari ficou 100% de fora dessa distribuição. Regiões e cidades com menos expressão e de ocorrências policiais receberam viaturas, enquanto nossas 38 cidades ficam a ver navios.
Perdemos duas vezes.

Primeiro: nossa falta de deputados genuinamente locais e de senadores mais comprometidos com a região deixa nossa região de fora da lista de distribuição. Quando insistimos que o Vale do Taquari precisa criar uma estratégia para decidir ter deputados federais e estaduais, é disso que estamos falando.

Segundo: essas emendas parlamentares são promíscuas, usadas pelos deputados e senadores para fisgar dividendos políticos e apoio em eleições futuras. Faz tempo deveriam ser eliminadas e o dinheiro deveria ser repassado de forma equânime e proporcional às cidades, sem o dedo de quem legisla em causa própria.
Num país sério, deputados e senadores jamais teriam a chance de decidir o rumo de viaturas policiais. Isso é trabalho de quem entende de segurança pública e não de políticos interessados em voto.


Falta água. De novo

Mais um verão e duas comunidades de Marques de Souza convivem com a falta de água. O problema caiu no colo do prefeito Fábio Mertz, que se vê estreito nestes primeiros dias de governo para conseguir encaminhar uma solução rápida. E o pior, a gestão anterior anunciou, mais de uma vez durante a campanha eleitoral, que a situação estaria resolvida. Não está.


Em Lajeado também

Entre outros assuntos, a falta de água em alguns bairros de Lajeado foi tônica da primeira sessão ordinária da Câmara de Lajeado, nessa terça-feira. A resposta a este tipo de problema precisa ser imediata e eficaz. Não combina com uma cidade que se propõe inteligente, ter problema recorrente com falta de água. É o básico do básico e ninguém merece ficar sem.


(Foto: Ana Carolina Becker)

“Para crianças saudáveis, fazer a vacina é menos seguro do que contrair o próprio coronavírus”.

Afirmação é de João Paulo Weiand, médico pediatra e diretor da Protege Clínica de Vacinas, em entrevista à rádio A Hora ontem. Ele fez a afirmação com base no baixíssimo impacto da covid-19 no público infantil.

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