Como foi que chegou até o Brasil?
Em 2015 tive a oportunidade de fazer um intercâmbio de estudos no curso de Comunicação e Mídia. Inicialmente era para ser de cinco meses, mas acabei prorrogando para um ano. Eu sempre quis conhecer o Brasil, fazia parte do meu sonho de infância. No intercâmbio tive a certeza que um pedaço de mim pertence ao Brasil.
Da onde surgiu esse interesse?
Desde a infância tive muito contato com a cultura brasileira. Minha mãe é muito fã de cantores brasileiros e eu sempre escutei a música brasileira. Nós também sempre assistimos telenovelas, pois passam muitos programas do Brasil lá. O que sempre me cativou foi essa alegria do brasileiro.
O que te motivou a ficar no Brasil?
No final do meu intercâmbio, voltei para Portugal para morar e trabalhar. Mas a verdade é que determinada altura senti que os mesmos caminhos não abrem novas portas. Então decidi arriscar e migrar por toda a conexão que fiz no intercâmbio, entre elas, com o meu marido Endrio.
Qual as principais diferenças de Portugal e do Brasil?
Apesar de serem irmãos, têm muitas diferenças no estilo de vida e gastronomia. Portugal cabe 92 vezes no território brasileiro. Então o Brasil tem dimensões que permitem culturas com traços característicos. Isso até se encontra em Portugal, mas não com essa enormidade que há no Brasil. Então cada lugar que visito é como se tivesse uma cultura e isso acho lindo.
O que mais te chama atenção na cultura gaúcha?
A cultura do chimarrão foi muito marcante, pois me identifiquei desde o primeiro momento a ponto de se tornar um hábito diário. Hoje não finalizo meu dia sem ter preparado meu mate. Se voltasse para Portugal com certeza seria de cuia e bomba, pois não consigo viver sem chimarrão.
Você tem um canal no YouTube. Quais os assuntos que aborda lá?
Em 2015 comecei a fazer vídeos para compartilhar meu aprendizado no intercâmbio. Muitas pessoas começaram a assistir e ter mais curiosidade sobre o que uma portuguesa fazia no RS. A partir dai o meu canal sempre teve como propósito essa partilha de experiências. É um espaço onde partilho as lições que a vida vai me trazendo nessa caminhada como imigrante. Também faço autorreflexão e autocuidado. A ideia no fundo é pensarmos no nosso papel no mundo como agentes de mudança e sermos movidos com mais empatia ao próximo.
Hoje você tem mais audiência, no Brasil ou em Portugal?
No momento é mais brasileiros. No começo era dividido, mas agora há muito mais brasileiros, principalmente gaúchos que fazem parte da comunidade e estão sempre lá interagindo.
Tem planos para voltar para Portugal ou o Brasil realmente será sua terra a partir de agora?
Não tenho planos, mas não descarto essa possibilidade. No momento sinto o Brasil como casa. O que aprendi aqui, a forma como vivo aqui e o carinho que recebo das pessoas é tanto que me sinto em um novo lar.
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