Se depender do partido dos novos presidentes das câmaras de vereadores, a maioria dos prefeitos tende a ter uma boa relação com o Legislativo neste primeiro ano de mandato. Isso porque parlamentares eleitos por siglas de oposição às gestões municipais comandarão apenas 11 dos 38 legislativos da região.
O levantamento, feito junto às câmaras de vereadores do Vale, aponta que, na maioria das cidades, os presidentes das mesas diretoras estarão alinhados com os prefeitos municipais, sendo filiados ao partido do próprio chefe do executivo ou a um dos partidos que o apoiaram na eleição municipal.
A situação mais complexa ocorre em Putinga, onde o presidente eleito do legislativo, Fernando Gonçalves dos Santos (PSD), foi empossado prefeito interino. Isso porque a chapa vencedora do pleito, encabeçada por Claudiomiro Cenci e Paulo Lima, foi impugnada pela Justiça e acabou não sendo diplomada.
O PSD, partido que detém a maior bancada no legislativo, com cinco cadeiras, também terá a presidência interina da Câmara, com Juliano Moretto. Como Cenci e Lima desistiram do recurso contra a impugnação, o TRE-RS deverá convocar novas eleições para os próximos meses.
Outro município com situação indefinida é Progresso. O legislativo optou por realizar a eleição da mesa diretora somente na quarta-feira, 6, às 19h, na primeira sessão ordinária do ano.
Disputas acirradas
Foram poucos os legislativos que registraram disputa para a mesa diretora em 2021. Entre os maiores municípios, destaque para Encantado e Teutônia, que tiveram mais de uma chapa inscrita para a eleição do novo presidente.
Em Teutônia, onde a oposição tem maioria, Diego Tenn Pass (PDT), da base aliada, costurou apoio de siglas como o PSDB. Com isso, conseguiu a vitória na disputa por seis votos a cinco. A outra chapa era encabeçada por Evandro Biondo (MDB).
“Eu compus mais de uma chapa nos quatro anos anteriores, sempre colocando o nome opção e defendendo aquilo que acredito. Por isso, na minha manifestação, disse que entendia e respeitava o posicionamento da outra chapa. Nem todos concordam com tudo”, afirmou.
Já o pleito na Câmara de Encantado foi marcado por uma situação curiosa. Houve racha dentro do MDB, partido de oposição, e dois vereadores da sigla se lançaram candidatos. Mais votada em novembro, Andresa de Souza, a Yê, venceu a disputa por 6 a 4. Seu oponente, Valdecir Gonzatti, não votou, pois testou positivo para covid-19 e se ausentou da sessão.
Sete mulheres nas presidências
Yê faz parte de um grupo seleto. O de mulheres presidentes nas câmaras da região. Ao todo, são sete vereadoras no comando das mesas diretoras.
Além dela, foram eleitas Margarida Frohlich (Capitão), Rejane Prediger (Imigrante), Andreia Griebeler (Poço das Antas), Francielli Marchetti (Relvado), Helena Herrmann (Santa Clara do Sul) e Angélica Pedretti (Vespasiano Corrêa).