Para muitos, este ano que se encerra deveria ser apagado. Deveria nunca ter existido. Impossível. Apagar todo o sofrimento, as milhares de pessoas mortas e todo o esforço para que a sociedade se mantivesse organizada seria um desrespeito.
Esse 2020 de pandemia trouxe provações inimagináveis. Mostrou que nunca se está suficientemente preparado. As metas e objetivos são importantes, mas voláteis. A circunstância faz com que o caminho precise ser revisto.
Esse exercício de pensar e agir em meio de uma crise se torna uma experiência transformadora. Ninguém sairá o mesmo depois da covid-19. Nesta espera por 2021, a esperança por uma volta à normalidade se concentra na vacina.
No mundo, quase 50 países já iniciaram a imunização. O Brasil se organiza. Para alguns de uma forma lenta, mas este é outro assunto.
No que se refere às mudanças e perspectivas, o desejo é por uma rápida ascensão econômica, para retirar o mais rápido possível os mais de 14 milhões de brasileiros do desemprego.
É justo no aspecto da renda e do trabalho que se concentra uma das transformações mais importantes deste ano. Da visão de que o ser humano seria substituído, que o futuro seria de trabalho das máquinas, dentro do conceito da Indústria 4.0, ressurge o olhar sobre a importância das pessoas.
O avanço da sociedade só acontece devido a iniciativa humana. Está nas pessoas a maior inteligência deste mundo. Quem tem criatividade para encontrar soluções e para se adaptar são as pessoas. É para elas que a tecnologia deve trabalhar.
Essa visão do indivíduo no topo da pirâmide de prioridades é a meta para 2021. Seja no ambiente comunitário ou mesmo corporativo. Dentro das empresas já se percebe essa transformação.
Nesta edição de encerramento do ano, A Hora aborda como reportagem principal parte dessa perspectiva. Estudos e analistas apontam o norte sobre o que se deve esperar para o futuro. No mundo do trabalho, as relações não serão horizontais de cima para baixo. Por outro lado, o trabalhador terá a responsabilidade de também ser responsável pelo futuro da organização. Ajudar a decidir é uma tarefa necessária e, por vezes, difícil.
De tudo o que se pode esperar no que tange trabalho, profissionalização e oportunidades, uma das poucas certezas está naquilo que é o principal valor de uma organização, a inteligência disponível dentro da própria equipe.