“Foi uma virada de chave na minha vida”

Abre aspas

“Foi uma virada de chave na minha vida”

Natural de Caxias do Sul e criada em Poço das Antas, a psicóloga Mariana Pozzi Junges, 27, é uma apaixonada pela música desde criança. Ela participa, desde o ano passado, da Trupe de Natal, uma das principais atrações do Natal Luz de Gramado, e que evidenciou o seu talento. Agora, pensa em lançar músicas autorais.

“Foi uma virada de chave na minha vida”
Vale do Taquari
oktober-2024

Como surgiu o teu interesse pela música?
Desde pequena eu sempre gostei muito de cantar. Minha mãe me colocou na aula de violão com nove anos e eu gostava de ir porque era onde eu mais cantava. Com essa idade também comecei a participar de todos os festivais de canto da região do Vale do Taquari e a partir disso outras coisas foram acontecendo. Cantei na escola, na banda municipal e mais tarde, com uns 15 anos, comecei a fazer aulas de canto e a cantar com meu professor em eventos.

Qual o estilo musical que você mais interpreta?
O que eu mais tenho tocado é nova MPB, pop internacional e uns sons que não cabem em uma única classificação, mas que nascem de uma mistura de folk, soul e R&B. Comecei a compor há uns dois anos, ainda estou engatinhando, mas tenho algumas músicas autorais guardadinhas e todas elas são um processo de catarse, de precisar dizer. Espero poder olhar com mais cuidado para elas no próximo ano, produzir e lançar algumas para além do gravador de celular.

Você canta no Natal Luz de Gramado, um dos eventos que mais atrai turistas no estado. Qual a importância de participar de um evento deste porte?
Foi uma virada de chave na minha vida desde o ano passado, onde estava muito mais focada na minha área de formação. Participo da Trupe de Natal, que é uma criação da Casa do Bispo Atelier, e é a representante oficial do Natal Luz 35 anos. Também faço parte do Natal Sobre Trilhos, na Maria Fumaça em Bento Gonçalves, e do Bustour Illumination Show, ambos espetáculos criados pela D’arte Multiarte. É bem especial poder participar desses espetáculos que fazem história e que, particularmente, sinto que resgata, através da arte, uma magia tão própria que a gente vê pelo brilho no olho das pessoas.

Neste ano, por conta da pandemia, o Natal Luz sofreu modificações em seu formato. Como está sendo a experiência?
A maioria dos espetáculos não aconteceu, mas todos os que participo têm se ajustado para que a gente continue fazendo arte em segurança, para nós e para quem nos assiste. Tudo foi repensado, desde o formato, os locais de apresentação, até os figurinos que agora acompanham máscara e álcool em gel. A pandemia não pode ser ignorada.

O ano foi bastante difícil para os músicos, com o cancelamento de eventos e festas. Falta um maior olhar do poder público para a classe artística?
Ao mesmo tempo em que a arte foi uma das áreas mais afetadas para quem vive disso, também foi uma das coisas que mais preservou a saúde mental das pessoas, que mais nos salvou nesse momento. Essa disparidade mostra uma incoerência muito grande sobre os nossos modos de consumo e o que a gente valora. Então, sim, acho que falta um maior olhar do poder público com a classe artística, mas que também vem acompanhada de uma falta de consciência social, de entender a arte como agente de saúde, qualidade de vida e bem-estar, e não como um adereço, um enfeite que vem pra se pensar depois.

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