“A prefeitura funcionou melhor com menos pessoas”

Gestão

“A prefeitura funcionou melhor com menos pessoas”

Prestes a encerrar o 2º mandato, prefeito de Taquari fez balanço da gestão, defendeu austeridade e projetou os desafios da região nos próximos anos

“A prefeitura funcionou melhor com menos pessoas”
(Foto: Fábio Kuhn/Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

Prefeito de Taquari pelo segundo mandato e presidente da Famurs, Emanuel Hassen de Jesus, o Maneco, concedeu entrevista ao programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9.

Após oito anos, o prefeito afirmou que finaliza seu mandato com “um misto de alegria e saudade.”
Entre outros temas, Maneco fez um balanço da sua gestão, projetou os desafios da região nos próximos anos e seu futuro político. Recentemente, ele foi citado pelo ex-governador Tarso Genro como um bom nome para o governo do estado.

Taquari entrou em um cenário de desenvolvimento, com destaque regional, especialmente em relação à geração de empregos e ao desenvolvimento da infraestrutura. Era esse o propósito do seu governo?

Nosso principal objetivo era recuperar a autoestima da cidade. Taquari estava muito para baixo. Inclusive tinha um apelido, era a ‘cidade do já teve’. Já teve cinema, já teve emprego. Havia isso. A segunda, recuperar um passivo enorme na infraestrutura.

No primeiro mandato, focamos na recuperação da infraestrutura da cidade. Tinha muitas ruas sem pavimentação, dificuldade de atendimento na saúde básica, não tinha vaga em creche.

O segundo mandato foi a chegada dos resultados. Só na Zanc, são mais de 900 pessoas trabalhando, com a perspectiva de 1,5 mil para o ano que vem. Temos o Estaleiro Colorado só esperando licença ambiental para abrir, um investimento privado de R$ 150 milhões da Adama.

A cidade se enxerga, é reconhecida e tem um novo horizonte. Hoje, Taquari não tem nada a perder para os municípios vizinhos. Recuperamos o passivo para que o Vale possa crescer junto.

Esse modelo de gestão terá continuidade no governo de André Brito?

Acredito que sim, porque foi construído junto comigo. É importante lembrar que nós trabalhamos o segundo mandato com dois secretários e reduzimos em quase 80% o gasto com CCs, uma economia de R$ 12 milhões nos 4 anos. Hoje tem 17 CCs. Te garanto que a prefeitura funcionou melhor com menos pessoas. Primeiro, porque você consegue entrosar melhor os funcionários. Segundo, que as pessoas começam a assumir outras responsabilidades. E começa a despertar talentos quer estavam escondidos.

De que maneira os prefeitos que estão chegando devem pensar suas gestões, montar seus planejamentos para que se contemple esse novo jeito de pensar e fazer política?

Será, sem dúvida, o pior ano para as prefeituras nas últimas décadas. Os novos gestores vão assumir com menos dinheiro e mais problemas. A parcela da população que corretamente recebe o auxílio emergencial não vai ter o auxílio e vai estar desempregada. E ela vai procurar a assistência social, a saúde, vaga na creche, na escola, mais medicamento. A balança já é desequilibrada, vai ficar ainda mais.

Qual o futuro político de Maneco? Outro dia, Tarso Genro, um dos líderes do PT no estado, falava em uma entrevista que você poderia ser candidato a governador. E aí?

A manifestação do ex-governador Tarso, obviamente me deixou muito lisonjeado, contente de ser lembrado por coisas boas. Mas vem num reconhecimento da necessidade da renovação das pessoas e das pautas. A política precisa se atualizar.

O alargamento da dificuldade no debate político que tivemos no país também vai produzir novas lideranças. Já está produzindo. E também está construindo mais consciência nas pessoas de que tem alguns limites que não podem ser ultrapassados na democracia.

Esse é um dilema que temos e acho que posso cumprir um papel importante nesse sentido, até pela dimensão que a prefeitura de Taquari e a Famurs acabaram dando.

Confira a entrevista na íntegra:

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