Apesar de o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) acreditar que o fenômeno La Niña esteja perdendo força, o nível de chuvas para a região e para o RS deve seguir abaixo do normal. Pelo menos é o que se espera para os próximos 15 dias.
Tanto que a Defesa Civil mantém alerta de estiagem severa, em especial no noroeste e norte. Para a agricultura, maior prejuízo está na lavoura de milho e pode trazer impacto também para a soja, que começou a ser plantada nos últimos dias.
As chuvas isoladas, típicas do verão, não serão suficientes para recuperação dos reservatórios de água, umidade do solo e melhoria das condições das lavouras, em especial de milho. Pelo acompanhamento das chuvas, os meses de agosto, setembro e outubro foram quase nulos em termos de precipitações.
Conforme o Inmet, os volumes mais significativos só começaram a ser registrados em novembro. Com a escassez de chuva, diversas cidades gaúchas enfrentam dificuldades. Já passa de 100 municípios que decretaram situação de emergência.
Tendência de estiagem menos severa
Entre o fim de novembro e as primeiras duas semanas de dezembro, o escritório regional da Emater\Ascar-RS contabilizou 120 milímetros de chuva no acumulado. Essa quantidade foi o suficiente para melhorar as condições do solo e das lavouras, em especial o milho, conta o gerente adjunto da unidade, Carlos Lagemann.
De acordo com ele, no cultivo da soja, muitos agricultores atrasaram o plantio. Como o solo estava com mais umidade, houve condições melhores do que se tivessem mantido o período tradicional. Esse maior prazo foi benéfico mas também traz riscos, caso falte regularidade das precipitações nas últimas semanas de janeiro. “ Agora não há muito que fazer. É esperar e torcer por chuvas constantes. Pode até ficar abaixo da média, desde que sejam em um prazo curto. O problema é ficar muito tempo sem nenhuma chuva.”
Apesar dessa previsão de chuvas menos intensas, a expectativa é que essa estiagem seja menos severa do que na safra 2019\20. “Os prognósticos mostram que o La Niña vai perder força. Com isso, há uma tendência de que a falta de chuva não seja tão severa como no verão passado.”
Prejuízo no norte e nordeste do RS
A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento já confirma prejuízos para o campo. A cultura mais afetada neste momento é o milho. Pela análise técnica da secretaria, as intempéries resultaram em perdas na ordem de R$ 500 milhões na lavoura. As regiões mais atingidas são o Norte e o Nordeste gaúcho.