Mercado projeta inflação maior que a meta para o ano

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Mercado projeta inflação maior que a meta para o ano

Alimentos e bebidas interferem sobre os gastos das famílias. Somado a isso, conta mais cara da energia elétrica faz com que indicador fique acima do estabelecido pelo Banco Central

Mercado projeta inflação maior que a meta para o ano
Os nove grupos de produtos e serviços tiveram alta de preços, com destaque para os alimentos e bebidas (Foto: Filipe Faleiro)
Brasil

Em nova elevação, o mercado financeiro calcula que Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcance 4,38% no ano. Trata-se do maior patamar de 2020. Esta foi a 11ª alta consecutiva e que supera a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), estabelecida em 4%.

O Relatório de Mercado Focus foi divulgado na manhã de ontem, pelo Banco Central (BC). Na semana passada, a previsão estava em 4,35%. A projeção do indicador para o ano que vem também subiu, de 3,34%, para 3,37%.

As projeções do mercado acompanham o anúncio do sistema de bandeiras na conta de luz. Em dezembro, foi estabelecida a taxa extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh. Devido à pandemia do novo coronavírus, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vinha praticando a bandeira verde, sem cobrança de taxa extra.

Para compor o IPCA, são analisados nove segmentos. Os alimentos são o principal custo às famílias, afirma a economista e professora Fernanda Sindelar. “O IPCA é nossa referência do custo de vida. Há outros componentes além dos alimentos, alguns que tiveram redução. Como a alimentação é o maior custo, dá a impressão de que a inflação está maior do que os dados oficiais”, explica.

Alimentos quase 4 vezes acima da inflação

Há duas semanas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calculou que a inflação de novembro foi de 0,89%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 4,31%. Entre os produtos com altas, destaque às carnes (6,5%), a batata (29,6%), tomate (18,4%), arroz (6,2%) e o óleo de soja (9,2%).

No ano, alimentos e bebidas acumulam 12% de alta, quase quatro vezes acima da inflação. Conforme economistas, a demanda externa com o real desvalorizado reduz a oferta de produtos no mercado interno. Junto disso, há um aumento nos custos de produção.

Tanto o governo quanto o Banco Central estimam que essa elevação seja transitória e causada pelo auxílio emergencial. Com o fim do benefício, que será pago até o dia 31 deste mês, a pressão nos preços deve desacelerar, pois traria redução na demanda.

Desempenho do PIB

Junto com a inflação e o custo de vida à população, o relatório também traz informações sobre o Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa do Banco Central apresenta uma redução contínua no tombo da economia nacional neste ano, hoje estimada em 4,4%.

A recessão econômica deste ano se deve aos impactos da pandemia. No ano que vem, a expectativa é de uma forte e rápida retomada da atividade econômica. Apesar de terem melhorado as expectativas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), ainda esperam retração de 5,4% e 5,8% na economia nacional.

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