“É importante começarmos a ocupar estes espaços”

Abre aspas

“É importante começarmos a ocupar estes espaços”

Formada em Biologia e mestre e doutora em Biotecnologia pela Univates, Giseli Buffon recebeu o prêmio “Nova Dimensão” e uma menção honrosa no Prêmio Capes de Tese na sua área de atuação. Para ela, trata-se de um reconhecimento ao seu trabalho, voltado a reduzir as perdas na agricultura do arroz, e também valoriza o empreendedorismo feminino, já que possui uma empresa e biotecnologia.

“É importante começarmos a ocupar estes espaços”
Vale do Taquari
oktober-2024

• Que prêmio é esse que você conquistou?
É o prêmio “Nova Dimensão”, uma parceria do Capes com a organização americana Dimensions Sciences, que é presidida por uma mulher. Ela busca maior representatividade das mulheres nas áreas das ciências, tecnologias, inovação e empreendedorismo. Já havia sido uma grande surpresa quando a tese foi selecionada pela Capes e recebeu menção honrosa, estando entre as três melhores do Brasil na área de biotecnologia. É o reconhecimento de um trabalho que a gente desenvolve. É a primeira vez que a Capes, junto com a DS, faz esta premiação. É muito gratificante.

• Sobre o que fala sua tese de doutorado?
Trabalhamos com a tolerância das cultivares de arroz e também verificamos a resistência delas perante a um ácaro. E agora, com o aquecimento global, vemos um maior índice desses artrópodes nas lavouras, não somente no arroz, mas na soja também. Cada vez mais se utilizam acaricidas para reduzir os danos que esses organismos causam. O estudo é no sentido de ter uma estratégia diferente, com plantas que toleram melhor eles. Fui orientada pelo professor Raul Antonio Sperotto.

• Como está a realidade do Rio Grande do Sul em relação à resistência nas lavouras?
Vejo que muitas pessoas falam: “a seca sempre existiu”. Mas estamos vendo isso se intensificar em virtude destes fenômenos. Os especialistas já falavam que isso tende a se agravar, com mais períodos prolongados de chuva e de estiagem. Por isso, medidas com culturas mais tolerantes, tanto às pragas quanto os artrópodes, são de grande valia.

• Você sempre quis ser professora, mas optou por outro caminho. Como tem sido empreender na área de biotecnologia?
Fiz magistério e minhas duas linhas de trabalho são educação e ciência. Sempre quis ser professora de graduação, mas quando me formei e mesmo tendo um bom currículo, vi que estávamos numa crise e seria difícil entrar no mercado. Optei por montar uma empresa de biotecnologia, e um dos pontos que ganhei na premiação foi por ser mulher empreendedora. É importante começarmos a ocupar estes espaços. Minha empresa participou do programa de aceleração de Startups do Pro_Move Lajeado e ficou com o primeiro lugar.

• Para você, o prêmio também é uma forma de valorizar o trabalho da Univates na região?
A Univates está ganhando um espaço muito grande nos últimos anos. Sou suspeita para falar, pois sou cria da casa. Mas acho que todos devem valorizar a universidade que temos aqui na região. Está ganhando visibilidade, conquistando vários prêmios. Mostra que fazemos pesquisas de alta qualidade.

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