A nova administração da ERS-287 será conhecida nesta sexta-feira. Quatro concorrentes se inscreveram para o leilão. São duas empresas do Paraná, uma de São Paulo e uma do exterior. O edital prevê a concessão de quase 205 quilômetros. O trecho vai de Tabaí até Santa Maria, ligando as regiões dos vales do Rio Pardo e Taquari, ao centro do RS.
Trata-se de uma das maiores concessões já feitas em estradas do Estado e que antecipa o que pode ocorrer com as praças de Boa Vista do Sul, Encantado e Cruzeiro do Sul. Pelo contrato, a vencedora terá que investir mais de R$ 2 bilhões e 30 anos de exploração dos pedágios. O resultado será anunciado durante evento na Bolsa de Valores B3, em São Paulo. Vence o leilão a empresa que oferecer a menor tarifa de pedágio, instituída como preço máximo R$ 7,37.
O trecho hoje é administrado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e tem duas praças. A empresa vencedora poderá instalar mais três pontos de cobrança, desde que já tenha iniciado as obras de duplicação da pista.
Fim da EGR
O plano do governo é repassar as ERSs 129, 130 e 453 à gestão privada. Antes da chegada da covid-19, havia a perspectiva de lançar os projetos executivos neste ano, inclusive com abertura dos leilões. O avanço da doença obrigou uma revisão nos prazos. A expectativa é que esse estudo seja apresentado à comunidade entre janeiro e fevereiro de 2021.
Pela análise do governo, não é viável lançar um único modelo para substituir com agilidade os mais de 700 quilômetros mantidos pela EGR, pois trechos com alto fluxo e alta rentabilidade teriam diversas interessadas enquanto rodovias com menor potencial econômico seriam deixadas de lado. O ideal seria unir trechos rentáveis com outros de menor movimento, como uma forma de equilibrar o interesse das concessionárias.
Necessidade estadual
Em 2018, especialistas em infraestrutura apresentaram ao governo do Estado o Plano Estadual de Logística de Transportes (Pelt-RS). O documento tinha como uma das obras prioritárias o aumento da capacidade na ERS-287. Do contrário, haveria um colapso no fluxo de transportes entre as regiões cortadas pela rodovia.
O estudo mostra que a rodovia é um eixo que interliga regiões, passando por polos econômicos do centro, Vale do Rio Pardo e Taquari, em especial devido a ligação com a BR-386.
Sem capacidade de investimento de recursos públicos, o diagnóstico apresenta como melhor alternativa a concessão da estrada à iniciativa privada.
Outro ponto crítico é a ERS-130. Por dia, estima-se que mais de 28 mil veículos transitam no trecho de Encantado, passando por Arroio do Meio, Lajeado e Cruzeiro do Sul.