Leilão da 287 antecipa fim do modelo comunitário da EGR

Pedágios nas ERS

Leilão da 287 antecipa fim do modelo comunitário da EGR

Trecho de Tabaí até Santa Maria será repassado à iniciativa privada. Quatro empresas participam da concorrência marcada para esta sexta-feira. Três praças do Vale estão em análise pelo BNDES e mudança do sistema de cobrança deve ser apresentado no primeiro trimestre de 2021

Leilão da 287 antecipa fim do modelo comunitário da EGR
Vale do Taquari

A nova administração da ERS-287 será conhecida nesta sexta-feira. Quatro concorrentes se inscreveram para o leilão. São duas empresas do Paraná, uma de São Paulo e uma do exterior. O edital prevê a concessão de quase 205 quilômetros. O trecho vai de Tabaí até Santa Maria, ligando as regiões dos vales do Rio Pardo e Taquari, ao centro do RS.

Trata-se de uma das maiores concessões já feitas em estradas do Estado e que antecipa o que pode ocorrer com as praças de Boa Vista do Sul, Encantado e Cruzeiro do Sul. Pelo contrato, a vencedora terá que investir mais de R$ 2 bilhões e 30 anos de exploração dos pedágios. O resultado será anunciado durante evento na Bolsa de Valores B3, em São Paulo. Vence o leilão a empresa que oferecer a menor tarifa de pedágio, instituída como preço máximo R$ 7,37.

O trecho hoje é administrado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e tem duas praças. A empresa vencedora poderá instalar mais três pontos de cobrança, desde que já tenha iniciado as obras de duplicação da pista.

Fim da EGR

O plano do governo é repassar as ERSs 129, 130 e 453 à gestão privada. Antes da chegada da covid-19, havia a perspectiva de lançar os projetos executivos neste ano, inclusive com abertura dos leilões. O avanço da doença obrigou uma revisão nos prazos. A expectativa é que esse estudo seja apresentado à comunidade entre janeiro e fevereiro de 2021.

Pela análise do governo, não é viável lançar um único modelo para substituir com agilidade os mais de 700 quilômetros mantidos pela EGR, pois trechos com alto fluxo e alta rentabilidade teriam diversas interessadas enquanto rodovias com menor potencial econômico seriam deixadas de lado. O ideal seria unir trechos rentáveis com outros de menor movimento, como uma forma de equilibrar o interesse das concessionárias.

Necessidade estadual

Em 2018, especialistas em infraestrutura apresentaram ao governo do Estado o Plano Estadual de Logística de Transportes (Pelt-RS). O documento tinha como uma das obras prioritárias o aumento da capacidade na ERS-287. Do contrário, haveria um colapso no fluxo de transportes entre as regiões cortadas pela rodovia.

O estudo mostra que a rodovia é um eixo que interliga regiões, passando por polos econômicos do centro, Vale do Rio Pardo e Taquari, em especial devido a ligação com a BR-386.

Sem capacidade de investimento de recursos públicos, o diagnóstico apresenta como melhor alternativa a concessão da estrada à iniciativa privada.

Outro ponto crítico é a ERS-130. Por dia, estima-se que mais de 28 mil veículos transitam no trecho de Encantado, passando por Arroio do Meio, Lajeado e Cruzeiro do Sul.

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