“A região precisa de mais referências negras”

Abre aspas

“A região precisa de mais referências negras”

Gisa Schmidt da Silva representa Lajeado no Musa Beleza Negra Virtual. Trabalhando como fotógrafa e modelo, a adolescente de 17 anos participa do concurso pela “causa social” e percebe a necessidade de mais oportunidades para a população afro-brasileira

“A região precisa de mais referências negras”
Vale do Taquari

• No que consiste este concurso?
É um concurso feito pela Conceitoh Produtora e tem o intuito de trazer a tona a beleza negra no Brasil inteiro. Cada candidata representa uma cidade. Uma amiga minha, que é modelo, mas não é negra, recebeu esse anúncio e disse que “pensou em mim” quando viu o concurso.

• Esse é o primeiro concurso de beleza que participa?
É o primeiro, mas já estou em uma agência de modelos do RS.

• O que te motivou a estrear nas passarelas?
Me motivei bastante pois acho que a região de Lajeado precisa de mais referências negras. A gente sabe as dificuldades de quem é negro.

• Como funciona o concurso e como as pessoas podem te ajudar a vencer?
O concurso será por etapas. A primeira é uma votação na página do Facebook e no Instagram da Conceitoh. É só ver minha foto, curtir, comentar e compartilhar. Após, jurados vão analisar as fotos. Por fim, será avaliado um vídeo onde a candidata explica por que quer ser a musa da beleza negra.

• Qual a tua expectativa?
Só de participar já fico feliz, pois não é uma questão de beleza, é uma questão social. E seja o que Deus quiser, já estou bem feliz de estar participando e vendo a galera me apoiar. Muita gente já compartilhou, comentou e curtiu minha foto.

• Você é modelo e fotógrafa, fale mais dessas duas atividades?
Desde pequena quis ser fotógrafa e já estou trabalhando nessa área. A questão de modelo sempre foi complicada para mim, pois tinha a questão da baixa autoestima. Só que comecei a gostar de me fotografar com meus equipamentos. Ia brincando de várias formas e ai me interessei por isso.

• Na tua avaliação, por que é importante ter um evento focado na beleza negra?
Desde pequena a gente começa a ter contato com bonecas e geralmente elas são brancas. As referências, desde a infância, são brancas. Então só quando a gente cresce, e estuda mais, a gente aprende coisas. Em capas de revistas, em novelas, em filmes, geralmente não se vê protagonistas negros. Então quanto mais o negro for visto, pra modelo, pra influenciador, é bom pois trás uma referência as novas gerações.

• Em concursos de beleza, historicamente, há predominância do conceito de beleza da mulher branca. No Miss Universo, por exemplo, apenas cinco negras venceram as 69 edições. Como você analisa essa situação?
Isso mostra a questão da equidade que não existe. Nesses últimos dias a gente pode ver até crimes que aconteceram por racismo, mas, infelizmente há pessoas que ainda não acreditam que o racismo acontece. É preciso estudar mais, falar mais sobre o tema.

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