“Cada um tem suas batalhas, independente da profissão”

Abre aspas

“Cada um tem suas batalhas, independente da profissão”

O músico Guilherme Gregory, 31, de Cruzeiro do Sul, iniciou a trajetória na música aos 13 anos por incentivo de familiares. O avô foi seu primeiro professor de música. Faz seis anos que trabalha de forma efetiva com a música e integra diversas bandas da região.

“Cada um tem suas batalhas, independente da profissão”
(Foto: Divulgação)
Vale do Taquari

• Como iniciou sua trajetória na música?
A música está presente na minha vida desde sempre. Meu avô era professor e músico também, assim como meus tios. Apesar disso, meu interesse surgiu um pouco tarde na minha percepção. Aos 13 anos, comecei a fazer umas aulas de violão com meu avô e depois com outro professor. A partir daquele ano não parei mais. Ela realmente me conquistou. Levou algum tempo até eu acreditar que poderia viver disso. Faz apenas seis anos que trabalho com música de forma efetiva.

• Quais são os teus projetos relacionados à música?
Faço acústicos com minha amiga Ana Caroline, e integro algumas bandas. A About Owls and Folks, trio de folk, também participo do grupo Os Alquimistas, tributo a Jorge Bem e Tim Maia, a AbraSoul uma banda pop e de soul, e a Oh Maria que é uma banda estilo brega. Ministro aulas particulares e também sou professor na escola de música da cidade. Além ainda de trabalhar em uma pré-escola em Lajeado.

• O que a música representa na tua vida?
Se não é tudo, posso dizer que é quase tudo. Eu não imagino minha vida sem ela. Me sinto realizado em tocar, ensinar, ouvir as músicas que gosto. Posso dizer que vivo mais a música do que realmente sou músico. Eu ouço canções quase que o dia todo, e chego a pensar que ela pode me ouvir tanto quanto eu enquanto a ouço.

• Quais as dificuldades enfrentadas na carreira?
A primeira foi superar minha própria mentalidade. Acreditar que poderia fazer da música o meu trabalho. Uma das formas foi parar de comparar minha vida com a de outras pessoas, a carreira de músico com outras carreiras. Cada um tem suas batalhas, independente da escolha profissional. Mas o fato é que além da informalidade, ainda sofremos muito preconceito e ouvimos coisas como “músico é vagabundo” ou “mas tu trabalha só com isso?”. Acho que a maioria dos músicos que não atinge reconhecimento nacional vive de forma simples.

• Na pandemia, uma das principais categorias afetadas foi a dos músicos. Como enfrentou esse momento?
Precisei aceitar a causa. Não pude tocar, tive meus contratos com as escolas suspensos ou reduzidos e aulas particulares também foram interrompidas. Do ponto de vista financeiro, foi um golpe. Tranquei meu curso de música e me adaptei ao cenário. Busquei auxilio emergencial e até cheguei a vender instrumento. Acabei me inscrevendo pra alguns editais em Leis de incentivo e fui contemplado em alguns deles.

• Qual momento mais marcante na sua trajetória?
Tenho períodos marcantes. Um deles foi conhecer e tocar com a Ana Caroline e a partir daquele período conheci muita gente do meio musical. Muitos hoje são parceiros de banda e grandes amigos. Essa troca é incrível. Acredito que a vida na música se paga de outra forma também, não apenas com dinheiro.

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