“A paixão pelo futebol sempre esteve comigo”

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“A paixão pelo futebol sempre esteve comigo”

A paixão pelo futebol sempre esteve presente na vida da lajeadense Jéssica Salini, 28. Torcedora de carteirinha do Internacional, nos últimos anos ela passou a externar a sua visão sobre o esporte por meio de textos. Desde o ano passado, é colunista do Colorado no blog Mulheres em Campo, um site sobre futebol feito exclusivamente por mulheres.

“A paixão pelo futebol sempre esteve comigo”
CRÉDITOS: Divulgação
Lajeado
oktober-2024

Quando foi que se apaixonou pelo futebol?
Minhas primeiras lembras da infância são do meu pai falando sobre futebol. Lembro dele sempre falar comigo de igual para igual, mesmo eu sendo uma criança. A paixão pelo futebol sempre esteve comigo. Eu amo o futebol e as emoções que ele me proporciona. O futebol está além do campo. É a cultura do povo, é alento, manifestação política. Recentemente a morte do Maradona provou outra vez o quanto o esporte vive nos nossos dias. Afeta a nossa vida. Eu sou absurdamente sentimental como torcedora, mesmo nas situações menos favoráveis.

Já havia pensado em externar a paixão e escrever sobre o esporte?
Sempre fui bastante incentivada pelo meu pai a ser expressiva. Dar minha opinião, me posicionar. Sempre falei sobre as coisas que eu gosto, e o futebol sempre esteve na minha vida. Antes de eu ter um espaço para chamar de meu, sempre usei as minhas redes sociais para me posicionar.

Como você chegou ao Mulheres em Campo?
Na metade do ano passado comecei a escrever em um portal que falava sobre a Dupla Gre-Nal. Um dia uma amiga, a colunista do Atlético-MG, Elluh Ferreira, me questionou se eu não conhecia alguém para cobrir o Internacional no blog Mulheres em Campo. Então me ofereci. Minha estreia não foi muito feliz, foi logo após a derrota da Copa do Brasil, em um Inter x Chapecoense.

Sobre o que você escreve?
O portal completou cinco anos em setembro. Cobrimos sobre o futebol do sul ao norte do país. Da Libertadores à Série D. Somos mais de 70 colunistas que vivem em quase plena harmonia. Eu cubro o Internacional junto da Ingrid Fochezatto. Escrevemos sobre o futebol masculino e feminino. Inclusive já representei o amor de outras torcidas. Já escrevi sobre o Caxias, o Confiança-SE e as Sereias da Vila. Tento sempre me desafiar como colunista e aprender no todo.

Como vê a participação da mulher neste esporte?
Não queremos tomar o lugar de ninguém, só queremos não sofrer tanto para poder trabalhar ou acompanhar o esporte. Pode ser que hoje nos enxerguem mais, mas nós sempre falamos sobre o futebol, sempre amamos o esporte. Tenho muito orgulho de fazer parte de um clube que tem um dos maiores quadros sociais femininos do país. De fazer parte de uma torcida organizada que teve uma mulher como presidente. Do clube que teve a primeira sócia de futebol no Brasil. Hoje fazemos mais barulho, mas sempre estivemos aqui.

Quais barreiras ainda precisam ser quebradas ao se tratar do feminino no futebol?
O preconceito é cultural, estrutural. Vivemos em um país que teve um decreto que proibia a prática do futebol por parte das mulheres. Alegavam que isso feria a feminilidades delas. A gente quer poder amar o esporte sem ter que ficar justificando a todo momento. É cansativo entrar em uma conversa sobre o time que tu ama desde sempre e ter que explicar porquê tu gosta daquilo. Precisamos não ter que justificar o nosso sentimento simplesmente por sermos mulheres.

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