Acertam entidades como Acil e CIC-VT se manifestarem publicamente acerca da preocupação quanto ao agravamento do cenário da pandemia na região. Uma situação que até pouco tempo atrás parecia sob controle ganha contornos críticos e inspira extrema cautela, tanto das autoridades como da população em geral.
A avaliação do Piratini na atualização de sexta-feira passada no sistema de bandeiras classificou o Vale com a pontuação mais grave em relação às demais áreas do estado. Por dois décimos, o Vale não foi a primeira região a ser enquadrada com a bandeira preta desde o início do modelo vigente. A cor representa “risco altíssimo” de contágio e mantém apenas as atividades consideradas essenciais em andamento.
O impacto de um lockdown para a economia da região seria catastrófico neste momento. Todo o empenho possível por parte dos gestores públicos, bem como o engajamento da comunidade, é necessário para evitar uma nova onda de restrições aos setores produtivos.
Além de preservar vidas e evitar o colapso do sistema de saúde, controlar a curva de contágios é condição para manter a normalidade das atividades econômicas. O que não deve se tratar de uma preocupação menor, visto que diz respeito ao emprego e a renda de milhares de famílias. A crise socioeconômica que acompanha o coronavírus também é perigosa e precisa ser evitada.
Casos ativos em progressão geométrica, índices alarmantes de ocupação hospitalar e mais de 7 mil óbitos em decorrência da covid-19. Desde a chegada do vírus no estado, nunca a situação esteve tão crítica.
Mesmo que a busca da ciência por uma vacina comprovadamente eficaz contra a doença esteja cada vez mais perto, manter os cuidados básicos de higiene e distanciamento são cruciais neste período crítico. E isso é dever de cada cidadão.
Após mais de dez meses de enfrentamento ao coronavírus, a sociedade já demonstra sinais de cansaço em relação aos protocolos e cuidados necessários. Contudo, eles nunca foram tão importantes.