O IBGE apresentou na manhã de quarta-feira, 9, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM). Das 15 regiões pesquisadas no país, oito mantiveram o crescimento verificado desde junho.
No RS, a sequência de cinco meses de evolução foi interrompida. Ficou estável na comparação com o mês passado, com um resultado de 0%. Significa a estagnação frente ao período anterior.
Em setembro, as indústrias gaúchas tiveram um aumento de 4,9% na atividade produtiva. Esse número representou a volta do patamar visto antes da pandemia, com um indicador positivo em quase 99 pontos, o maior de 2020.
No período de restrições, em especial no mês de abril, foram os segmentos com mais impacto negativo (veja no gráfico). No acumulado do ano, o indicador da produção gaúcha segue negativo. Nos últimos 12 meses, a indústria gaúcha teve queda de 8,6%.
O PIM considera mais de 230 produtos fabricados no país.
Preocupação com a estiagem
Na comparação entre outubro e setembro, o IBGE aponta redução nas atividades da manufatura de alimentos, tabaco e produtos químicos. Por outro lado, houve avanço na celulose, plásticos, calçados, móveis e metalurgia.
O potencial do Vale na produção alimentícia e na construção civil são apostas para a ascensão econômica da região. No entanto, a falta de insumos à construção, como metais, PVC e plásticos prejudica o segmento neste fim de ano.
Outra preocupação de líderes locais é quanto ao risco de uma nova estiagem. “Por mais que tenhamos condições de industrializar os alimentos, a seca reduz a capacidade de produção. Se não conseguimos beneficiar os produtos, isso pode frustrar a nossa retomada”, avalia o presidente da Câmara da Indústria e Comércio, Ivandro Rosa.
Ainda assim, Rosa acredita que 2020 trará resultados positivos à indústria regional, em especial devido à atuação das cooperativas de alimentos do Vale.
Perspectiva para 2020
Na análise da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), a economia gaúcha crescerá mais do que a do país no próximo ano. A estimativa foi apresentada pelo presidente da entidade, Gilberlto Porcello Petry, durante a entrevista Balanço 2020 e Perspectivas 2021, apresentada por transmissão online na tarde dessa terça-feira.
Pelo apontamento, enquanto a nação tende a evoluir em 3,2%, o Rio Grande do Sul chegará a 4%. De acordo com ele, a indústria será a principal força para essa retomada, tanto no RS quanto no país. “O setor industrial puxou o serviço e a recuperação do PIB no país no terceiro trimestre deste ano, a indústria de transformação cresceu 23% e a indústria como um todo, 14%, para o PIB conseguir subir 7,7%. Isso mostra que a indústria de transformação é o setor mais rápido para ajudar na retomada”, afirmou Petry.
Ranking dos Estados
De outubro de 2019 até o mesmo mês deste ano, a produção industrial do país cresceu 0,3%.
1º Santa Catarina – 7,6%
2º Pernambuco 7,2%
3º Ceará 6,1%
4º Amazonas 5,2%
5º Pará 4,9%
6º Paraná 4,8%
7º Rio Grande do Sul (2,6%)
8º São Paulo 2,1%
9º Minas Gerais 1,4%
Piores resultados
15º Mato Grosso -11,7%
14º Goiás (-9,6%)
13º Espírito Santo -7,6%
12º Bahia -6,5%
11º Rio de Janeiro -5,6%