Outubro interrompe cinco meses de crescimento industrial no RS

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Outubro interrompe cinco meses de crescimento industrial no RS

Relatório do IBGE mostra que em outubro atividade da manufatura interrompeu sequência de aumento nos níveis produtivos. Ainda assim, estimativa da Fiergs aponta para evolução do setor a partir de 2021

Outubro interrompe cinco meses de crescimento industrial no RS
Análise do IBGE confirma que a indústria calçadista registra aumento de produção desde agosto (Foto: Arquivo A Hora)
Estado

O IBGE apresentou na manhã de quarta-feira, 9, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM). Das 15 regiões pesquisadas no país, oito mantiveram o crescimento verificado desde junho.

No RS, a sequência de cinco meses de evolução foi interrompida. Ficou estável na comparação com o mês passado, com um resultado de 0%. Significa a estagnação frente ao período anterior.

Em setembro, as indústrias gaúchas tiveram um aumento de 4,9% na atividade produtiva. Esse número representou a volta do patamar visto antes da pandemia, com um indicador positivo em quase 99 pontos, o maior de 2020.

No período de restrições, em especial no mês de abril, foram os segmentos com mais impacto negativo (veja no gráfico). No acumulado do ano, o indicador da produção gaúcha segue negativo. Nos últimos 12 meses, a indústria gaúcha teve queda de 8,6%.

O PIM considera mais de 230 produtos fabricados no país.

Preocupação com a estiagem

Na comparação entre outubro e setembro, o IBGE aponta redução nas atividades da manufatura de alimentos, tabaco e produtos químicos. Por outro lado, houve avanço na celulose, plásticos, calçados, móveis e metalurgia.

O potencial do Vale na produção alimentícia e na construção civil são apostas para a ascensão econômica da região. No entanto, a falta de insumos à construção, como metais, PVC e plásticos prejudica o segmento neste fim de ano.

Outra preocupação de líderes locais é quanto ao risco de uma nova estiagem. “Por mais que tenhamos condições de industrializar os alimentos, a seca reduz a capacidade de produção. Se não conseguimos beneficiar os produtos, isso pode frustrar a nossa retomada”, avalia o presidente da Câmara da Indústria e Comércio, Ivandro Rosa.

Ainda assim, Rosa acredita que 2020 trará resultados positivos à indústria regional, em especial devido à atuação das cooperativas de alimentos do Vale.

Perspectiva para 2020

Na análise da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), a economia gaúcha crescerá mais do que a do país no próximo ano. A estimativa foi apresentada pelo presidente da entidade, Gilberlto Porcello Petry, durante a entrevista Balanço 2020 e Perspectivas 2021, apresentada por transmissão online na tarde dessa terça-feira.

Pelo apontamento, enquanto a nação tende a evoluir em 3,2%, o Rio Grande do Sul chegará a 4%. De acordo com ele, a indústria será a principal força para essa retomada, tanto no RS quanto no país. “O setor industrial puxou o serviço e a recuperação do PIB no país no terceiro trimestre deste ano, a indústria de transformação cresceu 23% e a indústria como um todo, 14%, para o PIB conseguir subir 7,7%. Isso mostra que a indústria de transformação é o setor mais rápido para ajudar na retomada”, afirmou Petry.

Ranking dos Estados

De outubro de 2019 até o mesmo mês deste ano, a produção industrial do país cresceu 0,3%.

1º Santa Catarina – 7,6%

2º Pernambuco 7,2%

3º Ceará 6,1%

4º Amazonas 5,2%

5º Pará 4,9%

6º Paraná 4,8%

7º Rio Grande do Sul (2,6%)

8º São Paulo 2,1%

9º Minas Gerais 1,4%

Piores resultados

15º Mato Grosso -11,7%

14º Goiás (-9,6%)

13º Espírito Santo -7,6%

12º Bahia -6,5%

11º Rio de Janeiro -5,6%

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