“Estamos com a doença se propagando em uma velocidade muito rápida”

Coronavírus

“Estamos com a doença se propagando em uma velocidade muito rápida”

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Juliana Demarchi, participou do programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9 na manhã desta quinta-feira, 10. Na ocasião destacou que 80% dos casos ativos no município está na população na faixa etária dos 20 aos 49 anos

“Estamos com a doença se propagando em uma velocidade muito rápida”
(Foto: Ana Carolina Becker)
Lajeado

A coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi, participou do programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, na manhã desta quinta-feira, 10. Durante a participação, destacou que dos 362 casos ativos da doença até a quarta-feira, 9, cerca de 80% são de pessoas na faixa etária dos 20 aos 49 anos.

Outros 10% dos casos ativos estão acima dos 60 anos e o restante na faixa etária de 0 a 19 anos. “Estamos observando nas últimas três semanas um aumento significativo dos casos ativos. Praticamente triplicamos o número de casos confirmados porque vinhamos desde julho com um número estável de contaminações”, explica.

No momento, há cerca de cem pacientes aguardando resultados de exames enviados ao laboratório. Além disso, conforme Juliana, essa é a primeira vez que nove lajeadenses ocupam leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Bruno Born. “Dois dos que estão internados estão na faixa etária dos 50 anos, alguns apresentam comorbidades”, ressalta.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica explica que atualmente não são avaliados os números absolutos de casos ativos para a consideração das bandeiras do Distanciamento Controlado. “O que se avalia para dizer que a doença está se propagando é a taxa de positividade em relação as coletas feitas no início da pandemia. No início tínhamos uma taxa de positividade de 12 a 18%, que estabilizou em julho com uma taxa de 20 a 22% e agora, nas últimas três semanas, estamos com uma taxa em 50%”, pontua.

Sintomas mais comuns identificados em Lajeado

Juliana explica que sintomas como dores de cabeça, cansaço, dores no corpo e fadiga muscular estão sendo observados como sintomas comuns da covid-19 em Lajeado. “Não são apenas os sintomas gripais, febre e tosse”, lembra. Há, de acordo com ela, experiência de jovens que buscaram atendimento no quinto dia dos sintomas e foram direto para leitos de UTI. “A pessoa precisa observar o seu sintoma e fazer uma avaliação médica logo, diferente do que se orientava no início da pandemia. Iniciou sintomas, busque atendimento médico.”

Ela lembra que tem acontecido das pessoas não darem “bola” para os sintomas e acharem que é apenas mais uma dor de cabeça. “E elas acabam ficando expostas ao convívio social e vão transmitindo a doença e acabam por buscar atendimento quando sentem perda de paladar ou olfato. A perda desses dois sentidos já é uma evolução da doença, mas nunca um sintoma inicial.”

Acompanhamento dos casos ativos

Quando um paciente é suspeito ou positivado para o coronavírus, ele é orientado a ficar em isolamento, assim como as pessoas próximas e as quais teve contato. “A partir do resultado positivo, as equipes de saúde buscam fazer contato com todos para realizar o acompanhamento”, diz. Algumas pessoas, de acordo com orientações do Ministério da Saúde, precisam mais atenção quando positivadas, o que é o caso de idosos, pessoas com comorbidades e gestantes.

Caso positivo e segue trabalhando

Juliana explica que quando o trabalhador testa positivo, ele recebe uma notificação verbal e orientação para que se afaste do trabalho e todas as empresas são contatadas. “A gente tem percebido uma situação que preocupa. Quando os funcionários iniciam com os sintomas, a empresa opta por pagar o exame para o colaborador ao invés de afastá-lo. Muitos exames estão sendo feitos fora do período adequado, podendo resultar em falsos negativos”, pontua. Nesse caso, o funcionário volta a trabalhar e acaba contaminando colegas.

Confira a entrevista na íntegra

 

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