Entidades exigem mais fiscalização para evitar bandeira preta

Região em alerta

Entidades exigem mais fiscalização para evitar bandeira preta

No mapa do distanciamento, o Vale teve pontuação de 2,33, o maior nível do RS. Condição poderia resultar no fechamento das atividades econômicas às vésperas do Natal, advertem Acil e CIC-VT. Autoridades públicas ponderam que atuação contra aglomerações é constante e destacam haver pouca probabilidade de bandeira preta

Entidades exigem mais fiscalização para evitar bandeira preta
Vale do Taquari
oktober-2024

O momento da pandemia no RS é pior do que o registrado no inverno. A partir dos cálculos dos graus de risco, há possibilidade do Estado ter localidades com bandeira preta, o que exigiria o fechamento de atividades não essenciais.

Diante desse risco, a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), junto com a Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), cobram das autoridades regionais mais fiscalização para evitar encontros, festas e aglomerações.

A solicitação foi entregue aos prefeitos de Lajeado, Marcelo Caumo, e de Imigrante, Celso Kaplan, presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat). No documento, as entidades representativas do empresariado manifestam preocupação com eventuais imposições de fechamento das atividades econômicas, em especial para o comércio.

“As sanções econômicas decorrentes seriam uma catástrofe para nossas empresas”, diz o ofício, que continua: “nesta época pré-natalina em que expressivo número de vagas de empregos temporários é aberto e o empresariado busca minimizar seus prejuízos e sobreviver a este ano tão funesto para todos.”
As entidades cobram uma fiscalização mais rigorosa contra aglomerações, incluindo punições, como multas e sanções mais severas a quem descumprir as regras de distanciamento. Também que a Amvat articule a retomada do modelo de cogestão.

De acordo com o documento, a disseminação do vírus não está ligada à atividade empresarial, mas, sim, às aglomerações de pessoas que têm a sensação de impunidade.

Na apuração dos dados sobre a pandemia na região, feita na sexta-feira passada, o Vale do Taquari obteve nota 2,33. O resultado é superior às demais localidades gaúchas e próximo do limite de 3 pontos para o grau mais elevado de risco.

“Não há risco de bandeira preta”

O presidente da Amvat e prefeito de Imigrantes, Celso Kaplan, afirma que a tabulação do Estado, da nota de 2,33 não condiz com a realidade. “Houve inconsistência dos dados. Não recorremos, pois não mudaria a classificação vermelha.”

De acordo com ele, pacientes que tiveram alta da UTI não constavam na análise do Estado, isso traria redução nos pontos. “Não há risco de bandeira preta. Estamos vivendo um aumento dos contágios, assim como todas as outras regiões gaúchas.”

Kaplan afirma que foi contra a mudança no decreto estadual que suspendeu a cogestão. “Fui voto vencido entre os prefeitos. Nós conseguimos lidar bem com a pandemia. Tínhamos um trabalho de longo prazo e nos mantivemos estáveis nos níveis de contágio.”

Na avaliação dele, os feriados prolongados e as eleições causaram esse aumento de casos. “Precisamos intensificar a prevenção e a conscientização. Não acredito que punindo vamos reduzir as aglomerações.”
“BM está à disposição”

O comandante do 22º BPM, o major Marcelo de Abreu Fernandes, destaca que a corporação acompanha os agentes municipais durante as fiscalizações no ato de polícia administrativa. “Trabalhamos dando apoio aos agentes municipais que verificam o cumprimento das regras de distanciamento, de evitar aglomerações e fazer notificações daqueles que descumprem os decretos.”

Segundo ele, essa atuação conjunta ocorre desde o início da pandemia, em março, e que foi intensificada com a mudança no decreto de distanciamento publicado pelo governo do Estado na semana passada. “A Brigada Militar está à disposição. Estamos trabalhando de forma integrada e isso vai continuar.”

De acordo com o major Fernandes, esse modelo de trabalho é efetivo e tem colaborado para conter os contágios. “Estamos conseguindo sensibilizar as pessoas. Uma pessoa a menos, que deixe de circular sem os cuidados necessários, já é um vetor a menos de transmissão ou contágio”, acredita.

A cada 100 testes, 50 positivos

A informação mais preocupante sobre a presença do vírus na região está em Lajeado. Conforme o prefeito Marcelo Caumo, número de pessoas positivadas a cada teste feito tem se mantido na metade desde a primeira quinzena de novembro. “A cada 100 testes, 50 estão dando positivo. Precisamos baixar.”

Sobre as reivindicações das entidades, Caumo afirma: “Não deixamos de fiscalizar em nenhum momento. Fazemos questão de manter as equipes atuando.” Com relação à continuidade das atividades econômicas, destaca que essa é uma preocupação também dos gestores públicos da região. “Queremos que as pessoas continuem trabalhando. Estamos atentos aos números e tudo que estiver ao nosso alcance vamos fazer.”

Com relação aos números ativos, houve redução nos últimos sete dias. “Não acredito que teremos bandeira preta. A principal dificuldade para nós são os dados do Estado e das regiões de Santa Cruz e Cachoeira.”

As bandeiras de risco de cada uma das 21 regiões do RS são definidas a partir de 11 critérios. Cada indicador é pontuado pelo comportamento dos contágios nos últimos sete dias e após duas semanas. A próxima avaliação ocorre sexta-feira.

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