Safra de pêssego com qualidade e quantidade

FRUTA MAIS DOCE

Safra de pêssego com qualidade e quantidade

No Vale do Taquari, produção de pêssego deve superar mil toneladas

Safra de pêssego com qualidade e quantidade
Em Sério, o produtor Joseli Favaretto, 49, destaca a qualidade do pêssego e a valorização da fruta que é vendida a R$ 4,00 o quilo. Créditos: Felipe Neitzke
Vale do Taquari

A expectativa da safra de pêssego para a região é muito boa. O clima contribuiu para a qualidade superior da fruta. “O inverno foi de frio suficiente e a primavera com pouca frequência de chuva, embora em alguns municípios fosse necessário irrigar as áreas para evitar perdas”, aponta o engenheiro agrônomo Marcos Schäfer.

Responsável da área de fruticultura, Schäfer atua no escritório regional da Emater/RS-Ascar, em Lajeado. Conforme explica, a incidência de doenças no pêssego também reduziu em relação aos anos anteriores, em razão do clima com menos chuva.

O pêssego produzido no Vale do Taquari é do tipo mesa. Não há produção para a indústria. “A expectativa é de safra cheia, variando de 15 a 16 toneladas por hectare em média, sendo que no ano anterior a produtividade ficou em torno de 8 a 10 t/ha. O volume de produção no Vale deve superar mil toneladas”, comenta Schäfer.

Além da produção não apresentar perdas, a fruta deste ciclo desenvolveu ótimo grau de doçura. “O pêssego está com uma qualidade espetacular, além do aroma e sabor característico de cada variedade, bem expressivos – propiciando uma excepcional experiência sensorial”, descreve Marcos, engenheiro agrônomo da Emater.

Valorização da fruta

O pêssego segue tendência de valorização. O preço pago ao produtor varia entre R$ 3,50 a R$ 5,00/kg. No ano passado era apenas de R$ 1,00 até R$ 3,00. Em Sério, o agricultor Joseli Favaretto, 49, projeta colher 150 quilos de pêssego. “É um pomar de pequeno porte, são cerca de 10 pés em produção. Para o próximo ano pretendo dobrar a área”, comenta.

O produtor vende a fruta in natura direto na propriedade ou sob encomenda. “Este ano vou vender por R$ 4,00 o quilo, um real a mais em relação ao ano passado”, diz Joseli. O pêssego também apresenta boa qualidade, mas aponta o amadurecimento rápido da fruta.

Conforme o produtor, seria necessário investir na compra de câmara fria para armazenar por mais tempo. “É um projeto que poderia ser desenvolvido no município para atender mais produtores. Além do pêssego, a câmara fria seria interessante para armazenar outras frutas”, sugere Favaretto.

A propriedade de Joseli foi transformada no Sítio Família Favaretto, local com vários atrativos para quem deseja vivenciar um pouco da vida rural. Branda, 13 anos, acompanha o pai nas atividades diárias. “É um privilégio consumir as frutas direto do pomar, sem presença de agrotóxicos”, relata.

 Safra de qualidade

Para uma safra de qualidade são necessários todos os cuidados com a lavoura para manter o controle das doenças e insetos considerados pragas (fazendo os controles e manejos preventivos).

“É preciso uma boa condução das árvores com poda e raleio do excesso de frutos para que tenham um tamanho mais convidativo para o consumidor e não tenha perdas em função de quebra de galhos e plantas. Também os cuidados com a adubação e manejo dos solos são importantes. Além é claro dos cuidados na colheita, por se tratar de uma fruta sensível”, orienta Marcos Schäfer.

As condições meteorológicas podem favorecer o desenvolvimento, tanto das plantas como das frutas, quando ocorre dentro da normalidade sem excessos nem estiagens prolongadas. “O tempo mais seco no período de desenvolvimento, principalmente na maturação, propicia uma maior concentração de açúcares e aromas, tornando as frutas mais saborosas – que é o caso deste ano”, explica o técnico da Emater.

Outra característica importante para as frutíferas de clima temperado, como o pêssego, é o frio regular no inverno com horas frio abaixo de 7,2°C, quebrando a dormência e estimulando a floração e brotação no momento certo na saída do inverno. “Pêssegos precisam de no mínimo 100 horas de frio ou mais dependendo da variedade”, alerta Schäfer.

“Por outro lado, em períodos de muita chuva no desenvolvimento dos frutos e maturação, propiciam o aparecimento de muitas doenças e a concentração de açúcares fica prejudicada pelo excesso de água na fruta”, acrescenta.

O clima ainda pode causar grandes estragos quando vem em forma de temporais de ventos e granizo, pelo pêssego ser uma fruta exposta e muito sensível.

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