A exposição ao Sol traz inúmeros benefícios para o corpo e é fundamental para a saúde. O problema é que, na busca por uma pele dourada, muita gente comente loucuras, que podem ser prejudiciais a curto e longo prazo.
A médica dermatologista Ana Célia Pisani explica que, ao pegar Sol sem os cuidados necessários, a pele sofre danos como queimaduras, manchas, ressecamento e envelhecimento. Para alcançar um bronzeado saudável, é preciso estar atento a fatores, que, inclusive, vão além do sol.
O bronzeamento saudável inicia bem antes do verão, por meio de uma dieta balanceada, destaca a dermatologista.
Alimentos ricos em betacaroteno auxiliam não só na conquista da pele dourada, como também são excelentes antioxidantes, combatem os radicais livres e a radiação solar. A substância está presente em frutas e legumes alaranjados, como cenoura, abóbora, mamão e manga.
O protetor solar é fundamental, não só em momentos de exposição prolongada, mas também no dia a dia. A radiação do Sol não é afetada pelo calor, frio ou vento, por isso, mesmo em dias nublados, ultrapassa as nuvens e afeta a pele. “O cuidado deve ser ainda maior”, reforça Ana Célia.
A exposição solar tem efeito cumulativo, então, evitar pegar Sol de forma prolongada e com frequência é uma importante ação de saúde preventiva. “O ato de bronzear-se pode aumentar o risco de câncer de pele e de envelhecimento. É preciso bom senso para não colocar a saúde em risco”.
Ana Célia ainda explica porque algumas pessoas têm mais dificuldade para conseguir o bronze desejado. O obstáculo está no grau de pigmentação da pele, que influencia de forma direta no efeito que a radiação solar tem em cada indivíduo.
Existe uma classificação de tipos de pele em relação ao grau de pigmentação, cor dos cabelos e dos olhos. Isso permite uma subdivisão em fototipos, que vão do I ao VI. “O fototipo I, por exemplo, representa a pele mais clara, que é mais agredida pela radiação solar em relação aos fototipos mais altos”.
Em busca da pele dourada
A diretora de planejamento, Suzana Ferrari, 36, sempre teve dificuldade de alcançar um tom de pele bronzeado. “Tenho a pele muito clara e aquele tipo que fica vermelha e queima com facilidade, sem bronzear”. Por não aceitar a condição do próprio corpo, costumava buscar por alternativas.
“Este sempre foi o maior motivador. Temos a crença, principalmente quando mais jovens, que uma pele bronzeada é muito mais bonita que a pele ao natural. Que fica melhor com determinada roupa ou cor por estar bronzeada”.
Foi assim que o autobronzeador entrou para a rotina. Por alguns anos, testou várias marcas. “Sempre tinha alguém dizendo que usava e dava certo, então eu ia testando as indicações”.
Suzana nunca conseguiu o resultado desejado. Hoje não faz mais uso do autobronzeador, mas reconhece que algumas marcas evoluíram na qualidade do produto oferecido.
“Tem algumas questões que, com o tempo, começamos a aceitar um pouco melhor. Aprendemos a relaxar e entender que está tudo bem”.
Em relação ao Sol, Suzana redobra os cuidados, uma vez que tem um fototipo que sofre com os efeitos da radiação. Além de não se expor por longos períodos, sempre utiliza protetor solar adequado e guarda-sol.
O que não fazer com a sua pele
O autobronzeador adotado por Suzana é uma das técnicas consideradas seguras para alcançar a pele dourada. Conforme Ana Célia, a preocupação com os danos causados pela exposição aos raios UV têm resultado no desenvolvimento de produtos que garantem a aparência de bronzeamento, sem a exposição ao Sol e sem prejudicar a pele.
Por sua vez, os famosos bronzeadores, produtos utilizados na pele antes de se expor ao Sol, não são indicados. Como não bloqueiam os raios ultravioletas, não protegem a pele.
Da mesma forma, o hábito de jogar água no corpo enquanto exposto ao Sol apenas refresca a pele e, inclusive, pode diluir o protetor e diminuir sua eficácia.
Há ainda quem utilize técnicas caseiras, como passar óleo de cozinha antes de se expor ao Sol. Conforme Ana Célia, a prática pode provocar queimaduras. “O uso de produtos inadequados, sem qualquer proteção aos raios ultravioleta, pode provocar danos irreversíveis na pele”.
Cabines de bronzeamento artificial também são prejudiciais. A médica destaca que, segundo estudos, a exposição à radiação ultravioleta do equipamento se soma às doses de radiação obtidas pela exposição ao Sol e de outras fontes artificiais, o que aumenta o risco de câncer de pele.
