MP apura suspeita de compra de votos em Lajeado

Eleições 2020

MP apura suspeita de compra de votos em Lajeado

Promotoria recebeu denúncias de suposto crime eleitoral que teria sido cometido por Waldir Blau. Vereador nega irregularidades

MP apura suspeita de compra de votos em Lajeado
Blau: vereador diz estar tranquilo e refuta tese de crime eleitoral. Créditos: Arquivo A Hora
Lajeado

O Ministério Público investiga a suspeita de crime de compra de votos em Lajeado durante a campanha eleitoral em novembro. O alvo do procedimento preparatório, instaurado pela promotora Ana Emília Vilanova, é o vereador Waldir Blau (MDB), que disputava a reeleição ao cargo.

A denúncia chegou ao Ministério Público por e-mail, com uma série de áudios anexados, os quais a reportagem teve acesso. Neles, existem elementos que serão analisados pelo MP e que podem, ou não, indicar que o crime foi praticado pelo candidato à reeleição no Legislativo.

De acordo com a promotora, o procedimento preparatório é como se fosse um inquérito policial. “É um expediente onde se faz uma investigação não criminal. Ela se dá para coletar provas para uma possível ação cível eleitoral e, se não forem consistentes, pelo arquivamento”, salienta.

Ana Emília diz que o procedimento está na fase de colhimento de provas. “Até agora, ouvi algumas pessoas. Mas há mais elementos para colher e formar minha convicção, se vou ou não ajuizar a ação”, salienta.

Waldir Blau fez 903 votos e foi o 11º candidato mais votado a vereador na cidade. Entretanto, ficou com a primeira suplência do partido por não atingir a votação mínima para obter uma cadeira.

Conversas suspeitas

Em um dos áudios que a reportagem teve acesso, de uma conversa entre duas pessoas, é falado o valor supostamente cobrado pelo vereador. “Como vou concorrer com um cara que dá 100 reais por voto, 350 reais para colocar um adesivo ou 500 reais para colocar uma faixa?”.

Em outro áudio, com uma voz feminina, é explicado como seria feito o pagamento. “É ‘cemzinho’ para cada um, mas tenho que pegar a foto, o título e a zona que vota, pois depois eles conferem. Tem que ser uma coisa certa”. Há também um áudio que faz menção ao vereador, como sendo o beneficiário da compra de votos.

“Estou bem tranquilo quanto a isso”

Procurado pela reportagem, Waldir Blau diz nada ter feito de errado e que trata-se apenas de um procedimento, que pode ou não virar uma denúncia. “Não aparece meu nome em nada. Não conheço a pessoa dos áudios e ela nem cita o meu nome. Estou bem tranquilo quanto a isso”, afirma.

Em um dos áudios, é atribuído a Blau o pagamento de R$ 500 para fixação de faixas de campanha nas casas de eleitores. Ele nega. “Jamais paguei um centavo por qualquer plaquinha”, defende-se.

Blau diz estar, no momento, mais atento às denúncias de candidaturas laranjas a vereador na coligação PSB-Podemos. Ele espera a anulação dos votos da chapa, o que lhe daria mais um mandato no Legislativo, pois, pelo cálculo do quociente partidário, seria o próximo da lista.

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