Já li muito sobre o excesso de amor pelos animais domésticos. Eu sou de uma geração menos jovem, digamos assim, de uma época onde os “pets” tinham menos conforto. Dormir dentro de casa? Nem pensar. Em cima da cama ou do sofá? Jamais. Ração era luxo. Sou de uma geração que tratava o cachorro como o “melhor amigo do homem”, e não como um filho ou uma filha. Eu ainda tenho dificuldades para absorver essas mudanças de paradigmas. Mas estou evoluindo. Nessa semana, a mascote lá de casa nos deixou. Ela tinha nove anos. Faleceu quase que subitamente e deixou um doloroso vazio. E eu reaprendi que excesso de amor não deve ser considerado um problema.
Eu percebi, no amor pelos animais, uma evolução muito grande do meu filho. Ele tem apenas sete anos e durante muito tempo a relação dele foi difícil com a nossa “filha”, a Frida – essa “pessoinha” linda da foto. Ela chegou antes. E o ciúme “pegou” quando meu guri veio ao mundo. Por parte dela, claro. Nos últimos meses, porém, a relação ficou extremamente amistosa e amorosa e, dia após dia, meu filho quebrava o coração duro da Frida e a conquistava com afeto. Era bonito de ver a atenção, o carinho e a presteza dele para com ela. Ele amadureceu no âmbito emocional e social. E eu reforço: não tem como considerar um problema este excesso de zelo por uma outra vida.
Ele amadureceu com a vida e a morte dela. Em vida, a Frida o ajudou a descobrir diferentes sentimentos. Ciúme, desprezo, desconfiança, amizade, amor, carinho, afeto e, por fim, a dor. Foi a primeira grande perda na vida dele. E ele me surpreendeu. Com a inocência que só cabe às crianças, ele fez de tudo para tentar salvá-la nos dias que antecederam a partida. Ele pediu se havia algum aplicativo de celular que traduzisse a linguagem dos cachorros. Queria entender o que ela estava sentindo. Ele queria levá-la em todos os veterinários possíveis de serem encontrados. Depois que lhe contei sobre a morte, ele pediu por qual razão as almas não retornam aos corpos. E aceitou.
Não quero debater sobre “balanças”. Colocar humanos e animais em uma balança, para mim, é um debate absolutamente inócuo. Humanos são humanos e animais são animais. Eu quero falar de afeto, de amor, de boas intenções e zelo. A presença da Frida em nossas vidas foi um resumo perfeito disso tudo. Aliás, é assim que a presença dos animais domésticos, do cachorro e do gato, ou dos “pets”, como queiram, deve ser aproveitada pelos humanos. É bronquice negar que os animais de estimação contribuem positivamente para o bem-estar e desenvolvimento dos seres humanos, principalmente das crianças. O mundo precisa disso e é triste não perceber que existe esse amor.
O exercício de amar, animais ou humanos, é salutar. É necessário mais afeto neste mundo. Portanto, não lutemos contra isso!
Economia e diárias
A pandemia gerou uma economia significativa em diárias. Em Lajeado, por exemplo, a atual gestão manteve uma média acima de R$ 100 mil gastos com diárias nos três primeiros anos. Foram R$ 109,8 mil em 2017, outros R$ 107,1 mil em 2018, e mais R$ 102,2 mil no ano passado. Já em 2020, o governo lajeadense contabiliza R$ 37,5 mil em diárias até o momento. A queda também é verificada em outros municípios, e também nas câmaras legislativas. Um resultado óbvio em função das restrições de viagens e eventos. Mas que poderia ser mantido em alguns casos, certo?
Compra de votos
O Ministério Público de Lajeado segue investigando denúncias de compra de votos durante as eleições de 2020. Os supostos fatos envolvem pelo menos dois conhecidos candidatos a vereador – e também a sobrinha de um deles. A promotora Ana Emília Vilanova vem realizando uma série de oitivas com testemunhas. Os vídeos, áudios e gravações com testemunhas e denúncias estavam disponíveis no site do MP. Nessa quinta-feira, porém, foi decretado o sigilo.
Compra de votos II
A compra de votos é um crime de corrupção ativa e passiva. É isso mesmo. O criminoso não é apenas o candidato que paga. Mas também o eleitor que recebe, pede ou cobra favores e dinheiro em troca do voto. E não foram poucos os pedidos em 2020. Há muitos relatos de candidatos incomodados com a postura de determinados eleitores. E os pedidos são os mais diversos. Aparelho de celular, dinheiro, emprego, cargos públicos, passagens e cestas básicas são os mais comuns.
Compra de votos III
Comprar votos é uma das práticas mais sujas e antigas na política. E é bom que se diga: decorre de padrões recorrentes. O ilícito pode ser organizado por integrantes da própria máquina de campanha do candidato (com distribuição de cestas e bens pelo candidato), por correligionários independentes que, com recursos próprios ou de terceiros, conseguem comprar votos para um candidato, ou mesmo por cabos eleitorais, que literalmente profissionalizaram a negociação dos votos.