Setor de eventos organiza protesto contra suspensão

Manifestação

Setor de eventos organiza protesto contra suspensão

Grupo promete fechar a BR-386 na quinta-feira contra a decisão do governo do estado, que suspendeu os eventos em função do avanço da pandemia

Setor de eventos organiza protesto contra suspensão
(Foto: Arquivo A Hora)
Lajeado

Centenas de profissionais e empreendedores  do ramo de eventos organizam protestos em diversas partes do estado contra a decisão do Piratini de suspender as atividades do setor.

A medida foi tomada em função do disparo de casos e internações em todo o Rio Grande do Sul e impacta economicamente o setor, que esboça uma reação após quase oito meses paralisado.

Em Lajeado, o grupo planeja um ato na BR-386, na quinta-feira, 3, próximo ao Guincho Sansão, no bairro Montanha. Eles planejam interromper o fluxo de veículos nas duas pistas para chamar atenção à causa.

“Sabemos da situação toda do vírus, temos ciência do distanciamento que tem que ser tomado. Nós fomos o primeiro setor afetado e o que mais teve alteração de protocolos e as casas aqui da região seguiram à risca. Mesmo assim, o governo entrou com restrições maiores”, afirma Cássio Bonfandini, o “Perdigão” um dos organizadores do ato.

Ele estima que o protesto reúna entre 300 e 400 pessoas e destaca se tratar de uma mobilização inédita do setor. São esperados profissionais e empresários de diversos ramos ligados aos eventos, como produtores, artistas, atendentes, seguranças, e proprietários de casas noturnas e de festas infantis de diversas cidades do Vale do Taquari.

Falta de apoio e burocracia

Bonfandini atuou há 15 anos como produtor de eventos em uma casa noturna de Lajeado. Com a paralisia, ele teve de adaptar os negócios, passando a trabalhar com comunicação digital.

Ele aponta ainda falta de atenção com o setor também por parte do governo federal.

“Única iniciativa foi a lei Aldir Blanc, mas aqui em Lajeado nenhum projeto conseguiu ser executado ainda porque a burocracia está gigante. É um benefício de R$ 3 bilhões para um setor que gera 13% do PIB, cerca de R$ 936 bilhões ao ano”, afirma.

Impacto aos músicos

Na última sexta-feira, 27, pela primeira vez todas as regiões do estado receberam classificação de bandeira vermelha. Pelas regras, fica proibida a música ao vivo em bares, lanchonetes e restaurantes.

Sandro Sans é músico profissional e vive da música faz mais de vinte anos. Antes da pandemia, ele calcula que fazia de 15 a 18 shows por mês nos três estados do Sul do brasil e na Argentina.

“Nessa pandemia tivemos que fazer mágica para poder sobreviver e sustentar nossas famílias. Tive que vender equipamento, vender minha van, porque estava muito difícil. Aí quando os bares voltaram a procurar os músicos para tocarem, o governador tranca tudo de novo”, diz.

Protesto em frente ao Piratini

Na quinta-feira, o movimento acontecerá de forma simultânea em diversos municípios. Na sexta-feira, está prevista uma manifestação em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, a partir das 11h. O ato engloba ainda os centros esportivos, academias e vans escolares.

A expectativa da organização é de reunir entre duas e três mil pessoas, da capital e do interior, em frente ao Palácio Piratini. No Vale, um grupo de organiza para participar do ato.

“A ideia é inclusive ficar todo o dia lá e receber pessoas de todo o interior do estado”, afirma o empresário Marcos Paulo Magalhães, que integra a organização do ato.


Decreto estadual

Diante do aumento do número de casos de Covid-19 em todas as regiões do Rio Grande do Sul e da proximidade das festas de fim de ano, o governo do Estado anunciou, nessa segunda-feira, 30, mudanças no modelo do Distanciamento Controlado para enfrentamento à pandemia.

Principais medidas:

• Fiscalização
Apoio da Brigada Militar à fiscalização
Criação de canais específicos para denúncia (telefone 150 e formulário eletrônico Vigilância do Cidadão)

• Suspensão de eventos e festas de fim de ano

Medida vale para eventos de prefeituras ou de estabelecimentos privados, inclusive em condomínios
Suspensão do patrocínio por empresas públicas ou apoio de órgãos públicos

• Reuniões privadas e familiares

Limite máximo de até 10 pessoas, excluídas as crianças de até 14 anos
Reforço em campanha de comunicação para conscientização sobre isso

• Mudanças no Distanciamento Controlado 

Suspensão temporária da cogestão, com adoção de fato da bandeira vermelha
Mudanças na bandeira vermelha, com comércio e restaurantes com horário limite, mas sem restrição de dias;
Inclusão de restrições em condomínios;
Inclusão da vedação à permanência em locais públicos sem controle de acesso (ruas, praias e praças, por exemplo).

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