“Onde há mais investimento no esporte, menos problema vai ter”

História de vida

“Onde há mais investimento no esporte, menos problema vai ter”

Ex-atleta profissional, Sandro Forgiarini (à esquerda na foto), 53, trabalha como motorista particular e também como professor, auxiliando crianças no projeto do Grêmio Esportivo Taquariense, em Taquari. As atividades iniciaram em 1997 e seguem até hoje

“Onde há mais investimento no esporte, menos problema vai ter”
Vale do Taquari

• O que te levou a trabalhar com crianças?
É um sonho que todo atleta que passa pelo profissional. Todos querem montar uma escolinha de futebol e seguir trabalhando no esporte. Também trabalhei como conselheiro tutelar e vi que precisamos dar uma ocupação aos jovens. Minha ideia sempre foi trabalhar com crianças e adolescente. Não é difícil trabalhar com elas, o complicado é lidar com os pais.

• Nesse trabalho com as crianças, como é contribuir para a formação do indivíduo?
Vamos trabalhando com as crianças e quando a gente vê, os atletas são pais de família. É muito bacana saber que contribuímos com a formação de cidadãos. Hoje já trabalho com filho de ex-atletas meus e é uma sensação muito legal.

• Como o esporte pode ajudar a termos uma sociedade melhor?
Se todos nossos políticos e comunidade em geral entendessem que o esporte é uma das vertentes que mais ajudam as crianças e adolescente, teríamos mais investimentos na área. Só o esporte ajuda a criança a ser saudável, a entender as regras, ter limites, além de lidar com decepções, alegrias e vitória. Se os políticos entendessem isso, gastariam menos com a saúde e segurança pública. Acredito que o esporte no geral é uma das vertentes pouco exploradas para a gente melhorar a sociedade. Onde há mais investimento no esporte, menos problema vai ter.

• Qual o momento em que sentiu mais orgulho? E o contrário, já teve alguma decepção?
Orgulho quando vemos os nossos atletas com famílias constituídas, pois vemos que auxiliamos ele a trilhar o caminho certo. Ao contrário, já tive a decepção quando tentei melhorar a estrutura do Taquariense com convênios municipais, visando trabalho para criança e adolescente e não consegui.

• Você está à frente do projeto faz alguns anos. Qual a diferença da juventude de hoje com a de quando iniciou-se o projeto?
A juventude de antes, os jovens iam de a pé e de bicicleta. Poucos iam de carro para os treinos. Pessoal vinha para treinar, fazia trabalho físico, coletivo e não reclamava. Hoje a diferença é grande, tem um leque de opções para os meninos. Eles não têm mais as mesmas motivações que os outros tinham. Hoje perdemos muitos jovens para a internet e o celular. Antes não se tinha essas opções. Tem muita diferença de quando iniciei o projeto para hoje.

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