Após a queda histórica nos índices de empregabilidade, o Vale do Taquari vive três meses de ascensão. Agosto, setembro e outubro reduziram o déficit no trabalho com carteira assinada de -3.273 para -288.
Esse é o resumo do Cadastro Geral de Empregos (Caged), do Ministério da Economia, divulgados ontem. Dados de outubro mostram a continuidade do saldo positivo. O mês fechou com 1,1 mil postos abertos. É um pouco menos do que setembro, quando a abertura de vagas de trabalho superou em 1.405 o total de demissões.
“É uma ótima notícia”, afirma o presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Ivandro Rosa. Para ele, com a tendência de continuidade na geração de empregos, é possível que o Vale encerre o ano com um saldo positivo.
Na avaliação da presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Codevat), Cintia Agostini, esses resultados demonstra que a região tem capacidade de se recuperar da crise provocada pela pandemia com mais rapidez que outras localidades gaúchas.
Essa condição está atrelada à diversidade e a dinâmica econômica, diz o economista e professor da Univates, Eloni Salvi. “A indústria alimentícia foi o setor menos impactado pela covid-19”, frisa.
Em outubro, dos 38 municípios, apenas cinco tiveram saldo negativo. Com relação aos seis maiores municípios (Lajeado, Estrela, Teutônia, Encantado, Arroio do Meio e Taquari), pela terceira vez no ano todos encerram o mês com números positivos.
As cidades mais populosas representam quase 75% de todo o emprego com carteira assinada na região. No recorte dos municípios, o acumulado do ano é positivo, com 392 postos. No específico, duas estão com saldo no vermelho de janeiro a outubro. Estrela com -64 enquanto Teutônia com -515.
Perspectivas
Para Cintia Agostini, o resultado negativo de abril, quando mais de 2,8 mil postos de trabalho foram encerrados, é difícil de se repetir. “Não acredito que termos picos ruins como no início da pandemia. Mesmo que tenhamos restrições, aprendemos a lidar melhor com isso.”
No comércio, na indústria, nos serviços, houve adaptações, destaca a presidente do . “As lojas já sabem como atuar melhor no online. O supermercado faz entregas nas casas. Agora, com a chegada do fim do ano, mesmo que seja diferente de outras épocas, não acredito em uma nova queda que prejudique a empregabilidade.”
O economista Eloni Salvi parte de outra análise. Para ele, tudo depende do grau de contágio nos próximos meses e da chegada de uma vacina contra o vírus. “Um novo tombo na economia e nos empregos depende dessa aceleração da doença. Se a vacinação demorar a chegar, pode ser que tenhamos novos traumas.”
Maiores cidades
Lajeado, Estrela, Teutônia, Encantado, Arroio do Meio e Taquari representam quase 75% de todas as carteiras de trabalho assinadas na região, composta por 38 municípios. Confira o acumulado do ano nessas cidades: