Novas restrições para frear disparo de casos

Coronavírus

Novas restrições para frear disparo de casos

Município editou na quinta-feira, 26, decreto que restringe horário de bares e restaurantes. Programação cultural do Natal no Coração está suspensa

Novas restrições para frear disparo de casos
Lajeado

Para tentar segurar o avanço dos casos de covid-19 no município, o governo de Lajeado anunciou novas medidas, mais restritivas aos bares, restaurantes e similares. O decreto passa a valer nesta sexta-feira, 27.

O objetivo é restringir a movimentação e aglomeração de pessoas, especialmente do público jovem. De acordo com o governo, nestes locais, o respeito às regras de distanciamento, uso de máscara e álcool em gel é mais difícil de ser exigido, o que aumenta o risco de contaminação.

As novas regras são mais restritas do que as exigidas pelo governo do estado. Bares e restaurantes poderão funcionar somente até as 23h. As mesas poderão ser compartilhadas por até seis pessoas e devem ter distância de pelo menos dois metros entre elas.

“Optamos por restringir agora as atividades sociais e de lazer para que possamos achatar a curva de contaminação. Preferimos adotar protocolos mais rígidos para evitar ações mais severas”, defende o prefeito Marcelo Caumo.

Orientação e fiscalização

Uma reunião com proprietários de estabelecimentos está marcada para a manhã de hoje, para esclarecer as regras do decreto.

Para fiscalizar o cumprimento das medidas, equipes da prefeitura e da Brigada Militar farão rondas. Casos de descumprimento serão registrados, e podem ser punidos com advertência, multa, interdição do estabelecimento, cassação da licença e apreensão.

Natal cancelado

A programação cultural do Natal no Coração foi cancelada, também com objetivo de reduzir a contaminação. Os espetáculos, apresentações e shows que ocorreriam junto a um palco no Parque dos Dick não serão mais realizados. O projeto, que já tinha valores captados junto a empresas locais, será reapresentado para realização no Natal de 2021. A Aldeia do Noel, no Parque dos Dick, seguirá funcionando.

Casos em alta

O número de casos ativos em Lajeado está em crescimento. O município chegou a 4.911 casos confirmados desde o início da pandemia. Foram 31 novos casos e 103 pacientes que estavam ativos e passaram a ser considerados recuperados e 264 casos ativos. Na quarta-feira, eram 336 pessoas na fase de transmissão.

“Momento preocupa pela velocidade”

Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi afirma que, desde julho, havia número considerável de casos ativos, mas sem crescimento.

Até outubro, cerca de 20% dos testes davam positivo. Em novembro, a taxa subiu para 33% e, na última semana, chegou a 46%.

“O momento preocupa pela velocidade da propagação da doença, o que pode acarretar em sobrecarga dos serviços de saúde sobretudo a nível hospitalar”, avalia.

Juliana afirma que o aumento da circulação viral está relacionado à retomada das atividades sociais e de lazer, aliadas ao relaxamento dos cuidados.

Outra preocupação recente é o surgimento de pacientes jovens que apresentam complicações. “Neste momento o que preocupa é o número de internações na faixa etária dos 30 aos 50 anos, mostrando um agravamento também em pacientes mais jovens”, afirma.

Incógnitas

Médico infectologista, Guilherme Domingues afirma que, mesmo que no momento os casos se concentrem entre os jovens, a situação preocupa. “Quanto menos o vírus circular, menos chance tem de atingir pessoas em situação de risco”, avalia Domingues, que é professor da Univates e atua nos hospitais Estrela e Bruno Born.

Em relação ao volume de óbitos não acompanhar o recente disparo de casos e internações, Domingues cita alguns fatores como uma busca mais precoce por atendimento médico. No início da pandemia, a orientação era de que as pessoas buscassem atendimento somente em caso de falta de ar.

“Comparando com início da pandemia, temos mais conhecimento. Então esperamos que essa letalidade vá caindo. Mas muitas coisas ainda são incógnitas, como por que a doença se manifesta com intensidade tão diferente em populações parecidas”, pondera.

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