A construção civil é um setor amplo, com incursão em diferentes áreas produtivas. Isso faz com que seja um importante indicador da condição econômica de um país, estado ou região.
Antes da pandemia era comum ouvir expressões como o “termômetro do PIB”, pois na mesma escala em que a geração de riquezas cresce, a indústria construtiva acompanha esse movimento. Quase como um espelho.
Ter um ambiente de estabilidade é tudo o que o segmento espera, pois assim consegue manter as negociações, os prazos e as entregas das obras, sejam para moradia, comércio, lazer ou infraestrutura.
Os meses de março e abril foram de incertezas. Havia poucas informações sobre como a pandemia impactaria o segmento. Passado esse tempo, houve uma ascensão importante. Muitas construções em andamento, aumento nos índices de emprego e uma procura por imóveis, por reformas e ampliações, que até surpreendeu o segmento.
Políticas públicas voltadas à economia reduziram os juros e abriram margem para financiamentos. Ao invés de esperar render na poupança ou no fundo de aplicações, ou no cambiou ou na bolsa de valores, investidores passaram a observar a aquisição de imóveis.
Quando tudo se encaminhava para um equilíbrio entre oferta e demanda por imóveis, o mercado internacional, com a desvalorização do real, associada à redução produtiva da indústria, faz com que o material de construção comece a faltar.
Para se ter uma ideia, alguns materiais, aqueles mais usados no início das obras, como cimento, aço, ferro, tiveram aumentos acima dos 50%. Os metais estão custando o dobro do preço tabelado em dezembro.
Como consequência, o movimento de crescimento constante visto entre maio, junho e julho, perde forças e entra em um platô, com tendência de queda, caso os estoques dos materiais permaneçam baixos.
Importante ressaltar, quando se olha para o Vale do Taquari. A construção civil deste território gaúcho é uma das mais desenvolvidas do estado. Seja pela qualidade das empresas do segmento, pela inovação dos projetos e também pela qualificação da mão de obra.
Tudo o que não se precisava agora era de tamanha instabilidade nos materiais de construção. Esse movimento inclusive desperta questionamentos sobre como a indústria da matéria-prima tem se posicionado diante da pandemia e do atendimento à demanda interna.